Análise: Corinthians tropeça em jogo “goleável”, avança na Libertadores, mas frustra torcida
Timão teve a chance de mostrar que pode brigar pelo bicampeonato, mas empate com Always Ready decepciona e traz preocupações para mata-mata
Por Henrique Toth — São Paulo
27/05/2022 04h00 Atualizado há 7 horas
Aconteceu o esperado na noite desta quinta-feira na Neo Química Arena: o Corinthians se classificou para as oitavas de final da Libertadores. Mas não da forma que os quase 40 mil torcedores no estádio esperavam. O empate por 1 a 1 com os reservas do Always Ready foi suficiente para a segunda posição do Grupo E, mas teve gosto de frustração.
É possível dividir o jogo em três partes. No começo, o Timão encontrou cenário tranquilo. Parecia aquele enredo em que os times brasileiros goleiam com facilidade. Com uma falha individual de Robson Bambu, porém, a situação se complicou no fim do primeiro tempo.
Por último, veio a tensão da segunda etapa e o receio de não classificar. Apesar disso, o Timão conseguiu avançar, mesmo que com a pior campanha desde 1991 e o pior ataque. Nas oitavas, vem pedreira: o sorteio desta sexta-feira, às 13h (de Brasília), pode reservar rivais como Palmeiras, Flamengo, Atlético-MG, River Plate, Boca Juniors…
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Começo tranquilo
Intenso desde o primeiro minuto de jogo, a equipe comandada por Filipe Almeida, auxiliar do suspenso Vítor Pereira, abriu o placar aos 18 minutos com Adson. Lá vinha a goleada cantada pela torcida no começo do jogo: “Caiu na rede é peixe”.
Buscando abrir a defesa rival, o Timão deu amplitude com Adson e Gustavo Mosquito nas pontas. Foi na movimentação dos dois que o Corinthians criou suas oportunidades.
Puxando seus posicionamentos para o meio, Adson e Mosquito abriam espaço para Lucas Piton e Gustavo Mantuan avançarem no ataque. Verticalizando, davam a opção de profundidade que o Timão muitas vezes precisa ter.
Giuliano entendeu os mecanismos que o jogo apresentava e foi fundamental. Antes do gol, foi o meia que se infiltrou por de trás da zaga boliviana para quase marcar. Minutos depois, Giuliano viu Adson fazer a mesma coisa e deixou o jovem na cara do gol para marcar.
A segunda principal chance do Corinthians também mostra bem o que o jogo apresentou.
Aos 35, Piton recebeu na esquerda, foi acompanhado pela marcação e enfiou para Adson chegar livre na beirada da área. Movimentação e espaço sendo criado. O gol saiu, mas foi anulado em seguida por uma falta no meio da jogada.
Complicando as coisas
No final do primeiro tempo, o jogo que parecia tranquilo para o Corinthians mudou de tom. Após uma falha bizarra de Robson Bambu no campo de defesa, o Always Ready roubou a bola e empatou o placar com Borja.
No intervalo, a Neo Química Arena sentia que a partida tinha se complicado de maneira bem boba, e o roteiro de outras Libertadores passava pela cabeça dos torcedores.
Segundo tempo tenso
Logo no intervalo, Renato Augusto e Róger Guedes ficaram no gramado se aquecendo. Era sinal de mudanças no time do Corinthians.
A equipe voltou igual, mas logo aos nove minutos Filipe Almeida mexeu. Saíram Roni, Gustavo Mosquito e Júnior Moraes, e entraram Renato Augusto, Willian e Jô. Com mais qualidade em campo, a equipe naturalmente melhorou.
O jogo continuou na tônica do primeiro tempo, com o Corinthians controlando as ações e criando as chances de perigo. As principais oportunidades saíram das pontas.
Primeiro, Willian, aos 13 minutos, mandou uma bomba na trave do Always Ready. Logo em seguida, Giuliano recebeu o passe na grande área, mas fez o corta-luz para ninguém atrás dele.
Jô teve chance, Bambu mandou na trave, Renato Augusto furou na área, e o Timão não conseguiu o gol necessário para sair vencedor de sua arena.
Faltou calma e capacidade de marcar ao time que podia ter definido tudo previamente. Ao menos, a classificação saiu.
Fonte: Henrique Toth — São Paulo