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Análise: “imaturo”, Fluminense entrega jogo que tinha nas mãos e sofre segunda virada da “era Diniz”

Flu conseguiu perder controle da partida ganhando de 2 a 0 e acabou dominado pelo vice-lanterna

Por Thiago Lima — Goiânia

06/10/2022 02h54  Atualizado há 5 horas

Fluminense de Fernando Diniz versão 2022 já tinha mostrado várias facetas positivas ao longo da temporada: um time corajoso, um DNA de posse de bola, um padrão tático “sanfona”, com linhas sempre compactadas… Mas desta vez, na derrota por 3 a 2 para o Atlético-GO no Antônio Accioly, demonstrou uma falta de maturidade ao entregar um jogo que tinha nas mãos após abrir 2 a 0.

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Mais do que a vantagem no placar, a atmosfera lhe era favorável. O Atlético-GO, vice-lanterna do Campeonato Brasileiro, desesperado em campo pelo iminente risco de rebaixamento, jogadores do próprio time nervosos e discutindo asperamente, e a torcida fazendo cobranças na arquibancada. Se a virada diante desse cenário por um lado foi épica, naturalmente pelo outro foi vergonhosa.

Fluminense até criou bastante para “matar” o jogo. Foram oito grandes chances: além dos dois gols, Calegari teve um chute na área aos 12; aos 35, Martinelli apareceu livre em escanteio rasteiro e furou; já no segundo tempo, Ganso estragou um contra-ataque ao errar o passe para Arias sozinho na área aos cinco (o camisa 10 também podia ter chutado); no lance seguinte, Cano cabeceou sozinho para fora; Martinelli fez uma finalização de peito aos 12 (era para ter ido de cabeça), e o próprio volante cabeceou uma bola que raspou a trave aos 28. Mas o Tricolor acabou a partida sendo dominado pelo Dragão, que finalizou bem mais (24 a 14) e assustou mais: foram 10 oportunidades.

Scout – Atlético-GO x Fluminense

QuesitoAtlético-GOFluminense
Posse de bola45%55%
Finalizações2414
Chances de gol108
Faltas1613
Passes errados7168
Desarmes1817
Impedimentos41
Escanteios125

Fonte: ge

Na escalação, Diniz acertou por um lado. A escolha por Nathan na vaga de Matheus Martins, que vinha mal nos últimos jogos, foi feliz. O meia encaixou bem e foi um dos melhores no primeiro tempo. A opção por Cristiano na lateral esquerda, uma vez que improvisou Felipe Melo na zaga por aquele lado, também deu mais proteção ao setor.

Por outro lado, a escolha da dupla de zaga acabou sendo infeliz diante do que foi o jogo do adversário: um show de chuveirinhos na área. Diniz argumentou na entrevista coletiva que o Atlético-GO não vinha tendo a bola aérea como ponto forte nos últimos jogos, e que Felipe Melo entregava qualidade na saída de bola. Mas durante a partida ficou nítida a estratégia rubro-negra, talvez até adotada em função da improvisação e da dificuldade tricolor pelo alto.

Tanto que as quatro primeiras chances de gol do Dragão foram todas na bola aérea: a cabeçada torta de Wanderson aos 16; o pênalti de Nino convertido aos 45; a cabeçada no ângulo de Churín aos 48; e a oportunidade de Airton sozinho na área aos sete minutos da etapa final. E o gol de empate, aos 29, também nasce de uma bola “pererecando” após um cruzamento.

Mesmo com o ex-titular David Braz no banco, Diniz não o colocou. Não que o futebol seja uma ciência exata, e com Braz em campo o Fluminense não tomaria a virada. Mas o que é fato é que o zagueiro é muito mais eficiente no jogo aéreo do que Felipe Melo. E, no campo das suposições, ele poderia ter contribuído mais, falando especificamente dessa partida.

Com a saída de Arias, aos 24 do segundo tempo, e o cansaço de Nathan, o Fluminense desmoronou. Não criou mais nada, e as mexidas de Diniz colocando Michel Araújo, Caio Paulista, Marrony e Willian Bigode não surtiram efeito. Pelo contrário: com o recuo de André para a zaga, o time ficou ainda mais espaçado no meio, e foi quando o Atlético-GO criou mais quatro boas chances: a bomba de Airton aos 38; o tapa de Jorginho que tirou tinta da trave aos 42; o gol de Marlon Freitas aos 43; e o contra-ataque em que Léo Pereira saiu cara a cara com Fábio aos 50.

Apenas uma vez em cinco meses da “era Diniz” o Fluminense tinha tomado uma virada: foi no Fla-Flu do primeiro turno, quando amassou o rival, mas perdeu por 2 a 1 no Maracanã. Já o roteiro em Goiânia foi parecido com a derrota por 3 a 2 para o Coritiba no Couto Pereira, quando Marcão foi o técnico interino após a saída de Abel Braga. A diferença é que naquele jogo o Tricolor foi para o intervalo com 2 a 0 e teve a “desculpa” de um jogador expulso (André) no início do segundo tempo.

Fonte:  Thiago Lima — Goiânia

https://ge.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/2022/10/06/analise-imaturo-fluminense-entrega-jogo-que-tinha-nas-maos-e-sofre-segunda-virada-da-era-diniz.ghtml