Análise: jogo caótico atrapalha avaliações em seleção brasileira aguerrida, mas com problemas
Brasil apresenta falhas na marcação de jogadas aéreas e conclui mal em empate com o Equador
28/01/2022 04h00 Atualizado há 5 horas
Com a seleção brasileira já classificada para a Copa do Mundo, os jogos restantes nas Eliminatórias passaram a ser encarados como treinos de luxo na preparação para o Mundial do Catar e oportunidades valiosas de observar jogadores que ainda não estão consolidados no grupo do técnico Tite.
Na primeira partida do Brasil em 2022, porém, tais avaliações ficaram comprometidas pelo roteiro caótico do duelo contra o Equador, em Quito, que terminou empatado em 1 a 1.
Com meia hora de jogo – no cronômetro, mas com bem menos tempo de bola rolando – dois dos jogadores “testados” já deixavam o campo: Emerson Royal, expulso, e Philippe Coutinho, substituído.
O jovem do Tottenham, de 23 anos, tinha chance de ouro na ausência de Danilo, que neste ciclo de Copa vem monopolizando a lateral direita. No entanto, não só a desperdiçou, levando dois cartões amarelos de maneira ingênua, como também prejudicou a Seleção e outros atletas que poderiam mostrar serviço.
Coutinho foi o principal deles. A ponto de Tite colocar as mãos no peito e pedir desculpas antes de dar um forte abraço no meia ao substituí-lo por Daniel Alves. O camisa 11 fazia partida correta em seu retorno à Seleção após 471 dias, tendo dado o cruzamento que originou o gol de Casemiro, aos seis minutos.
Em entrevista depois da partida, o treinador justificou a alteração dizendo que as circunstâncias do duelo, na altitude de quase 3 mil metros e com dez jogadores de cada lado, exigiriam demais de Coutinho fisicamente. A opção foi por manter três atacantes, mas com Matheus Cunha recuando mais para ajudar na ligação entre a defesa e o ataque.
O centroavante do Atlético de Madrid até desempenhou esse papel e foi valente, entrando em disputas de corpo com os equatorianos e apanhando bastante. Mesmo assim, as linhas ficaram distantes, e o Brasil teve dificuldades para reter a bola.
Se faltou controle, sobraram raça e aplicação, virtudes personificadas na dupla Casemiro e Fred, que se desdobraram para fechar espaços. Apesar da vaga na Copa já garantida, o Brasil mostrou-se aguerrido do começo ao fim diante de um adversário de grande imposição física e que, não por acaso, é o terceiro colocado das Eliminatórias, com um pé no Mundial do Catar.