Análise: Palmeiras joga bem, segue invicto, mas dá mais motivos para a torcida pedir um camisa 9
Verdão dominou o Santos na vitória no Allianz Parque, por 1 a 0, que poderia ter sido mais tranquila não fossem as finalizações ruins – especialmente no segundo tempo
Por Thiago Ferri — São Paulo
14/03/2022 04h00 Atualizado há 5 horas
Se você acompanha mesmo que pouco o Palmeiras em 2022, sabe que a busca por um centroavante está entre os assuntos mais comentados há alguns meses. E a vitória sobre o Santos por 1 a 0, neste domingo, só deu mais força ao debate.
Depois de vencer o São Paulo por 1 a 0 em uma estratégia mais defensiva especialmente por abrir o placar cedo, o que se viu diante do Peixe no Allianz Parque foi uma atuação dominante, com 61% de posse de bola e 20 finalizações. Assim, manteve-se invicto no Paulista e com a melhor campanha.
Não é exagero dizer que o Palmeiras poderia ter feito pelo menos três gols. Foram muitos erros de conclusões do time como um todo, mas especialmente de Rony, que tem sido usado como o centroavante diante da baixa produção dos jogadores de ofício na posição.
O camisa 10 foi o atleta do Verdão com mais finalizações no clássico (7) e desperdiçou lances claríssimos. No segundo tempo, ele teve uma oportunidade embaixo da trave que não conseguiu empurrar para dentro, outra cara a cara com João Paulo e mais outra em que furou.
A movimentação do atacante ao longo do jogo foi boa, assim como o desempenho do Verdão com bola. Agressivo, com toques rápidos, o time conseguiu pressionar muito melhor no campo de ataque em comparação ao Choque-Rei de quinta-feira.
A paciência contra o Santos fechado e o trabalho coletivo quando tinha a posse mostram que o Palmeiras em 2022 é uma equipe mais segura com a bola, com mais repertório ofensivo para criar chances. Mas há uma limitação que já apareceu em outros momentos, justamente nestes erros de finalizações.
O elenco alviverde está entre os melhores do Brasil, só que há algum tempo sente falta de um atacante com melhor poder de definição. Raphael Veiga é quem tem ocupado esta lacuna, foi artilheiro em 2021 e começa 2022 da mesma forma. Ele não é, contudo, um jogador para se posicionar como definidor, ainda que Abel tenha o testado assim.
O treinador pede há mais de um ano a contratação de um centroavante de peso. A diretoria, também, entende que esta é uma lacuna a ser preenchida, mas ainda não conseguiu resolvê-la. Pedro, do Flamengo, foi o último grande nome procurado.
Neste início de temporada, em suas entrevistas o português tem evitado reforçar o pedido por um camisa 9. Mas a torcida faz esse papel para o treinador, especialmente nas redes sociais.
Ao assistir ao clássico, o palmeirense só teve mais convicção de que esta é a contratação que falta para a equipe. Mas quem já está no elenco também precisa ter mais tranquilidade na “zona quente”, como Abel define a área.
São erros em lances muito claros, que ainda vão custar caro em um jogo apertado. No clássico mesmo, após as trocas, que incluíram as entradas dos centroavantes Deyverson e Navarro, o Palmeiras se desorganizou um pouco, e o jogo ficou mais perigoso.
Erros que precisarão ser corrigidos para o Dérbi da próxima quinta-feira contra o Corinthians, às 20h30 (de Brasília), novamente no Allianz Parque.