Análise: torcida empurra, Santos vence na base da vontade, mas ainda sofre na defesa
Triunfo contra o Grêmio acaba com sequência negativa e tira o Peixe da zona de rebaixamento
O Santos venceu! Há quase dois meses era impossível começar uma análise sobre um jogo do Alvinegro com esta frase. Dois fatores foram determinantes para que o Peixe batesse o Grêmio por 1 a 0, na Vila Belmiro, pela 25ª rodada do Brasileirão, no último domingo: torcida e vontade em campo.
Os torcedores santistas foram um capítulo à parte na história da partida que deu fim a um drama de 11 jogos sem vencer na temporada. Desde antes do apito inicial apoiaram o elenco, fizeram festa fora e dentro do estádio e não pararam de empurrar o Alvinegro.
Mesmo nos períodos em que o Santos esteve mal no gramado, o torcedor trocou as vaias e críticas pelas palmas e o incentivo. Tanta devoção foi premiada aos 46 minutos do segundo tempo, com um gol improvável de Wagner Leonardo. O zagueiro estava no meio do caminho de um chute torto de Marinho, e desviou a bola para o fundo do gol.
A vontade também foi ponto-chave. O Santos entrou sabendo da responsabilidade e da pressão de mostrar um bom futebol perante a sua torcida. Vontade essa que o Grêmio tentou equilibrar na base da força, cometendo muitas faltas. O alvo preferido dos gaúchos foi Marinho, assim como em outras partidas, caçado em campo pelos rivais.
O primeiro tempo foi de pressão santista em busca do gol. Cruzamentos, chutes de fora da área, marcação sob pressão na linha do meio de campo. A bola na rede, porém, não saiu. O Peixe encontrou como adversário um goleiro Brenno inspirado, que fez grandes defesas, principalmente, nas finalizações de Zanocelo e Carlos Sánchez.
O ímpeto ofensivo do Santos, porém, deixou espaços para o Grêmio buscar o contra-ataque. Em um jogo onde o rival mais se preocupava em igualar as coisas na força, foram poucos lances de perigo à meta santista. Contudo, o suficiente para fazer o torcedor ficar apreensivo.
Na principal delas, Alisson recebeu lançamento, e Wagner Leonardo não conseguiu acompanhar. O Alviengro contou com o goleiro João Paulo para salvar o time. Entretanto, esse foi um dos poucos lances em que o camisa 34 foi realmente necessário. Isso porque Emiliano Velázquez fez mais uma partida de destaque.
O zagueiro uruguaio é o porto seguro de um sistema defensivo que vinha sofrendo o campeonato todo. Com atuações cada vez mais consistentes, ganhou a vaga de titular e não deve sair da equipe tão cedo, apesar da concorrência de Kaiky e Luiz Felipe, antiga dupla de zaga titular na era Fernando Diniz.
Na segunda etapa, Carille mostrou que, como disse após a partida contra o São Paulo, passou a ter mais opções para mexer na equipe quando for necessário dar outra dinâmica ao jogo. Promoveu entradas de Madson, Diego Tardelli e Felipe Jonatan nas vagas de Vinícius Balieiro, Vinícius Zanocelo e Marcos Guilherme.
O time saiu do 3-5-2 para um 4-4-2. A mudança tática, contudo, não diminuiu o volume de jogo santista, que seguia pressionando. Depois, Gabriel Pirani e Jobson entraram nas vagas de Léo Baptistão e Camacho. O volante, aliás, fez um dos melhores jogos com a camisa do Santos, tendo sido aplaudido por todo estádio ao ser substituído.
Com Tardelli e Marinho na dupla de ataque e com sangue novo em campo, o Alvinegro se lançou mais ainda ao ataque. Porém, Brenno evitava o grito de gol do torcedor santista. A agonia da arquibancada teve fim aos 46 minutos do segundo tempo. Quis o destino ainda que o torcedor santista sofresse mais um pouco ao aguardar pela confirmação do gol, dada pelo VAR.
O Santos venceu! E esse é o fator mais importante, aquilo que mais o time precisava para tentar mudar a sua realidade no Campeonato Brasileiro. Agora, Fábio Carille deve ter um pouco mais de tranquilidade para tentar mudar o patamar do Peixe dentro da competição.
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Fonte: Por Bruno Gutierrez — Santos, SP – G1