‘Capricha, Alan!’: primeira passagem de reforço pelo Fluminense teve gol heroico, brilho em arrancada e título brasileiro
Atacante de 32 anos retorna ao clube após passar sete anos na China
Por Marcello Neves — Rio de Janeiro (RJ)
22/06/2022 01h30 Atualizado há 4 horas
Alan está de volta ao Fluminense. E não faltam elogios para o novo reforço tricolor, agora com 32 anos. Xodó da torcida, teve passagem marcante e feitos de tirar o chapéu: teve gol heroico diante do Cerro Porteño-PAR, papel decisivo em arrancada contra o rebaixamento em 2009 e título brasileiro conquistado em 2010. Aliás, na primeira passagem, Alan fez 88 jogos e marcou 26 gols.
Mas desde a chegada em Xerém aos 16 anos, quando fez uma boa Copa São Paulo de Juniores pelo Londrina e foi descoberto pelos olheiros do Fuminense até o status de contratação comemorada pelo tricolor, há várias histórias do atacante como protagonista. E o GLOBO relembra as principais delas.
Gol na estreia
Alan mostrou estrela logo no início de sua passagem pelo Fluminense. E não é força de expressão. Considerado uma joia das categorias de base, ganhou a sua primeira oportunidade logo em um clássico: diante do Botafogo, pelo Carioca de 2008. E balançou as redes.
Alan entrou no segundo tempo daquela partida e precisou de apenas seis minutos para marcar para o Fluminense. Primeiro gol logo no primeiro jogo como profissional. O problema é que o resultado foi de 3 a 1 para o alvinegro.
Mas o tento rendeu elogios de Renato Gaúcho, que passou a utilizá-lo mais vezes ao longo da temporada. Inclusive, Alan está em campo histórica partida entre Fluminense e São Paulo, no Maracanã, pela Libertadores de 2008. Ele é o primeiro a abraçar Washington após o gol que decretou o 3 a 1 para o Fluminense.
Herói na fuga
Mas Alan desabrochou mesmo foi em 2009, quando disputou 49 jogos e marcou 10 gols. Mesmo com uma primeira temporada lamentável do Fluminense, onde o time chegou a ter 99% de risco de rebaixamento, o atacante era um dos poucos que se salvava. Mas o destaque mesmo foi na reta final daquele Campeonato Brasileiro, onde foi um dos responsáveis pela arrancada que livrou o tricolor da queda.
Alan já tinha se destacado em momentos decisivos naquela reta final, como quando marcou dois gols na vitória por 3 a 2 sobre o Avaí ou pelo golaço no triunfo por 2 a 1 sobre o Santo André. Mas o desabrochar aconteceu mesmo após a lesão do também atacante Maicon Bolt, que o tirou de cena e deixou Alan livre para formar dupla com Fred.
‘Capricha, Alan!’
A narração de Luis Roberto embala o maior momento de Alan pelo Fluminense. Nos acréscimos da partida diante do Cerro Porteño-PAR, pela semifinal da Copa Sul-Americana, anotou o tento que levou o Fluminense para a decisão. Uma partida apoteótica e lembrada até hoje pelos torcedores tricolores. Alan já tinha se tornado realidade naquele momento e virou xodó.
Campeão brasileiro de 2010
No ano seguinte, Alan fez parte da equipe que conquistou o Campeonato Brasileiro de 2010. Apesar de ter saído na metade do ano, contribuiu com gols decisivos que ajudaram o tricolor a caminhar para o título: marcou na vitória por 3 a 1 sobre o Atlético-MG, no triunfo por 2 a 1 sobre o Vitória, nos 3 a 0 sobre o Avaí. Além do mais decisivo dos gols: na vitória por 1 a 0 sobre o Santos, dentro da Vila Belmiro.
Alan foi negociado com o Salzburg, da Áustria. O tricolor só lucrou com uma pequena quantia por ter servido de vitrine para o jogador, uma vez que os direitos econômicos do mesmo eram divididos entre a Traffic (75%) e a Massa Sports (25%).
Despedida emocionada
Alan deixou o Fluminense no dia 6 de agosto de 2010. Após seu último treino com a camisa tricolor, ele concedeu entrevista e explicou o motivo de sua decisão. Também se emocionou e foi às lágrimas ao comentar o adeus às Laranjeiras.
— É difícil me despedir, pois você convive muito tempo com as pessoas e pega um carinho, até um certo amor, por todos aqui dentro. Saio de cabeça erguida, pois me orgulho de ter vestido esta camisa. Espero que não seja um adeus, mas sim um até logo. Lembro de tudo que passei. Nunca esquecerei do Fluminense. Você chega com uma incerteza de saber se chegará ou não onde estou agora. Sei que fiz um belo papel e grandes amigos no clube. Estou indo, mas meu coração fica — disse Alan, na época.
Fonte: Marcello Neves — Rio de Janeiro (RJ)