CBF libera áudios do VAR e vídeos da linha do impedimento na reta final do Campeonato Brasileiro
A novidade estará disponível no site da CBF após o final de cada rodada da competição a partir deste final de semana
A CBF decidiu liberar os diálogos dos árbitros com a equipe do VAR. Os áudios, que eram mantidos em sigilo, estarão disponíveis no site da entidade no dia seguinte do final de cada rodada. Nesta sexta-feira, a CBF já disponibilizou os lances revistos pelo VAR nos jogos da rodada 29, encerrada na quarta-feira.
A medida é uma decisão pessoal do presidente interino da entidade, Ednaldo Rodrigues. Ele substitui Rogério Caboclo, afastado do comando da entidade por 21 meses por assédio sexual e assédio moral a uma funcionária da entidade. Caboclo nega as acusação.
Segundo Ednaldo, a iniciativa pretende dar transparência ao trabalho dos árbitros.
– A Conmebol já faz isso. Outras grandes ligas fazem também. A CBF vai fazer sem edição com todo diálogo que houver do VAR com o árbitro em campo – disse o presidente da entidade.
Além dos áudios, a CBF vai divulgar também os vídeos do sistema que traça a linha de impedimento.
O VAR começou a ser usado em competições nacionais em 2018. No ano seguinte, o Brasileiro foi disputado já com o árbitro de vídeo. Desde então, a CBF se recusava a divulgar os diálogos. A entidade abria exceções e mostrava aos dirigentes dos clubes em ambiente privado as conversas dos juízes nos lances polêmicos.
– Acho que todos vão ganhar agora, atletas, dirigentes e torcedores. Não tem retorno e que cada um procure se adequar – acrescentou o presidente interino da CBF.
O GE teve acesso a áudios de jogos realizados essa semana. Na terça-feira, por exemplo, em Curitiba, o lance mais polêmico foi o lance envolvendo Renato Kayzer, do Athletico Paranaense, e Léo Pereira, do Flamengo.
O juiz em campo expulsou o atacante por agressão. Os áudios revelam que o árbitro de vídeo sugeriu a mudança da decisão.
– Marielson, há um contato sim e até um golpe na barriga mas eu entendo como não suficiente para cartão vermelho, ok? – disse Marcio de Gois, árbitro do VAR na cabine.
– Ah, tá, eu achei que ele tinha dado o joelho – respondeu o juiz, antes de ir assistir ao lance.
Após a consulta, ele mudou de opinião.
– Vou alterar minha decisão, reiniciar com lateral que a bola se encontrava fora de jogo e cartão amarelo, retirando o vermelho, cartão amarelo – afirmou Marielson Alves da Silva
Para a comissão de arbitragem, o árbitro de vídeo errou. Segundo Alício Pena Júnior, vice presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, a “decisão do árbitro deveria ser mantida sem uma chamada pra revisão¨.
Na quarta-feira, em Belo Horizonte, um exemplo de acerto.
O árbitro de vídeo avisou ao juiz Luiz Flávio de Oliveira em campo que essa bola bateu no braço do jogador do Grêmio.
– Luiz, recomendo revisão, possível pênalti – disse José Cláudio Rocha Filho, árbitro de vídeo, quando a bola saiu para o escanteio.
Após ver o lance, Luiz diz aos integrantes da equipe do VAR
– Tiro penal, número sete toca essa mão na bola – confirmou Luiz.
No sábado passado, em Caxias do Sul, um suposto pênalti não marcado para o Bahia logo no início da partida contra o Juventude gerou muita reclamação dos jogadores e dirigentes. O presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, reclamou formalmente na CBF.
O lance em questão aconteceu aos 15 minutos do primeiro tempo, quando Ronaldo chutou para o gol vazio, e a bola bateu na mão do zagueiro do Juventude Vitor Mendes. Os jogadores do Bahia pediram pênalti; o árbitro foi chamado pelo VAR para rever o lance, mas manteve a decisão de campo.
Fonte: Por André Galindo e Sérgio Rangel, Redação Ge