China anuncia novas manobras militares em repúdio a visita de parlamentares dos EUA a Taiwan
Delegação desembarcou no domingo, 12 dias após viagem da presidente da Câmara acirrar tensões regionais
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Por AFP
15/08/2022 06h29 Atualizado há 3 minutos
A China anunciou nesta segunda-feira novas manobras militares ao redor de Taiwan em repúdio à visita de cinco parlamentares dos Estados Unidos à ilha, vista por Pequim como parte indissociável do seu território. A viagem ocorre menos de duas semanas após a ida da presidente da Câmara dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, a Taipé acirrar as tensões regionais e a conturbada relação sino-americana.
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“Em 15 de agosto, o Comando Leste do Exército de Libertação Popular da China organizou uma patrulha de preparação para o combate conjunto de serviços múltiplos e exercícios de combate no mar e no espaço aéreo ao redor de Taiwan”, afirma um comunicado militar chinês.
A visita de dois dias dos cinco congressistas dos Estados Unidos, que não havia sido anunciada de maneira antecipada, acontece pouco depois de Pequim organizar manobras militares com navios, mísseis e aviões de combate nas águas e no céu ao redor de Taiwan, ilha autogovernadora que Pequim considera parte do seu território.
“Trata-se de uma dissuasão solene contra Estados Unidos e Taiwan por continuarem a fazer manobras políticas e minar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, afirmou Shi Yi, porta-voz do Comando Leste, em um comunicado no qual prometeu “defender resolutamente a soberania nacional”.
A delegação de cinco membros do Congresso americano, liderada pelo senador democrata Ed Markey, de Massachusetts, tinha reunião programada com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e um banquete no Ministério das Relações Exteriores.
A visita tem como principais temas o comércio, a segurança regional e a mudança climática, segundo o escritório cultural dos EUA em Taipé, que funciona como uma embaixada de fato, já que Washington, como a grande maioria dos países, não tem relações diplomáticas com a ilha.
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan elogiou a visita como um novo sinal de amizade entre Taipé e Washington, “que não tem medo das ameaças e da intimidação da China”.
O governo taiwanês acusa Pequim de usar a visita de Pelosi como desculpa para executar os exercícios, que seriam, na visão de Taipé, um treinamento para a invasão da ilha.
A reunificação de Taiwan é uma meta do governo chinês desde que os nacionalistas fugiram para a ilha ao serem derrotados na guerra civil, em 1949. Na semana passada, Pequim divulgou um livro branco, documento de orientação da política para o território, afirmando que fará tudo para a reunificação pacífica, mas poderá usar a força se Taipé e forças externas “cruzarem linhas vermelhas”, como uma declaração formal de independência.
Fonte: Por AFP