Com 67 kg, Fred é o mais leve da Seleção e carrega selo técnico: “Taxa de trabalho absurda”
Meia do United teve acompanhamento de bioquímico que atende ao COB para melhorar recuperação entre partidas. Fisiologista da seleção brasileira conta cuidados: “Temos que reidratá-lo muito”
Por Bruno Cassucci, Cahê Mota e Raphael Zarko — Doha, Catar
01/12/2022 06h00 Atualizado há 2 horas
Quatro anos e meio após a frustração de se lesionar antes da Copa do Mundo, Fred chegou ao Catar como símbolo do trabalhador incansável que encanta Tite e a comissão técnica. Titular contra a Suíça, Fredinho, como é conhecido na Seleção, é o jogador mais leve do grupo. Ele disputa com Bruno Guimarães uma vaga para sair jogando contra Camarões, nesta sexta-feira, às 16h (de Brasília).
São 67 kg a serviço da equipe de Tite. Quase a mesma coisa, mas um pouco abaixo de Antony. Aos 29 anos, o jogador do Manchester United tem papel fundamental pelo setor de ataque, para recuperar bolas no campo ofensivo e na chegada rápida próxima aos atacantes.
– Ele tem uma taxa de trabalho absurda, altíssima.
+ Você Escala: monte a Seleção ideal para pegar Camarões
O termo acima é técnico, usado pelo fisiologista da Seleção, Guilherme Passos, mas numa mistura de português com futebolês mais tradicional é possível tratar Fred como aquele tradicional motorzinho de time. Os mais antigos chamavam de “formiguinha” também.
Com dados de GPS de todos atletas, que variam de 8 km a 13 km percorridos por partida, o jogador revelado pelo Internacional está sempre nas primeiras posições nesse quesito.
– A gente teve jogo na Copa América que ele atingiu 12 km percorridos. Sempre é nosso top 1, top 2 em volume, em distância percorrida. Em taxa de trabalho, o que quer dizer que está o tempo todo percorrendo o campo em velocidade alta e velocidade moderada – explicou o fisiologista da Seleção.
Para se ter ideia, nos primeiros jogos da seleção brasileira, Casemiro liderou este quesito, com 10 a 11 km de percurso total em campo. Fred jogou 58 minutos e cumpriu 7.619 metros. Na média, taxa mais alta por minuto do que Casemiro (131,3 m/s contra 121,7 m/s)
– Ele acelera e desacelera o tempo todo – disse Fabio Mahseradjian, preparador físico da seleção brasileira desde 2014.
– Fred é atleta de muita mobilidade e tipicamente de resistência. Não é veloz que nem o Martinelli ou como é o Rodrygo. Ele não é atleta de força que nem o Richarlison. São características individuais de outros, mas ele tem a dele, que é muito móvel e de resistência alta – explicou o preparador físico.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2022/R/h/iY8TdSTIeAczMuknf0yQ/52529767244-42b8627b34-o.jpg)
Fred na corrida em Brasil 1 x 0 Suíça — Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Em 2015, quando Fred foi suspenso por um ano por uso da substância diurética hidroclorotiazida – nos tribunais da Fifa, a defesa conseguiu diminuir a pena e evidenciar a contaminação –, o jogador mineiro, que saiu da base do Atlético, passou a ter acompanhamento do bioquímico L.C.Cameron. Ele participou da defesa do volante e passou a estudar o corpo do jogador.
Ainda na ocasião do tempo parado pelo doping e depois, mais diretamente de 2017 a 2019, quando o jogador atuava no Shakthar e depois desembarcou em Manchester, Cameron fez milhares de medições de taxas de metabolismo no corpo de Fred.
Fonte: Bruno Cassucci, Cahê Mota e Raphael Zarko — Doha, Catar