Corinthians aumenta receitas em 2021, mas endividamento chega a R$ 1 bilhão; veja raio-x das finanças
Gráficos mostram evolução da dívida e principais receitas do Timão ao longo da temporada
Por Bruno Cassucci e Henrique Toth — São Paulo
12/04/2022 04h00 Atualizado há 5 horas
Balanço financeiro enviado aos conselheiros do Corinthians mostra que o clube ampliou receitas e cortou despesas em 2021 para voltar a fechar as contas no azul – depois de quatro anos seguidos de déficit. O Timão encerrou a temporada passada com um superávit de R$ 5,69 milhões.
O resultado é festejado internamente no Corinthians principalmente por acontecer num ano em que o clube praticamente não negociou atletas. A receita com repasse de direitos econômicos foi de apenas R$ 28,2 milhões, o que representa R$ 161 milhões a menos do que em 2020.
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O endividamento alvinegro, porém, segue em patamar elevado, de R$ 1 bilhão. Tal montante não engloba os valores do financiamento da Neo Química Arena. O Corinthians tem acordo encaminhado com a Caixa Econômica Federal para pagar R$ 569 milhões em 20 anos – R$ 300 milhões serão abatidos com o valor que o clube receberá pela venda do nome do estádio.
A diretoria alvinegra adota critérios diferentes do ge no cálculo do endividamento. Pelas contas do Timão, o saldo era de R$ 949,2 milhões em 2020 e caiu para R$ 912 milhões no ano passado.
No curto prazo (vencimento de até um ano), a dívida do Corinthians é de R$ 568,1 milhões. Isso engloba empréstimos, obrigações com fornecedores, direitos de imagem atrasados, encargos sociais, impostos, entre outros.
Tal montante é maior do que toda a receita líquida projetada para a temporada 2022 (R$ 561,6 milhões). Sendo assim, a diretoria alvinegra deve buscar renegociações com credores para prolongar o prazo de pagamento.
Tamanho endividamento gera um custo elevado do Corinthians com despesas financeiras. O clube prevê gastar R$ 81 milhões com juros neste ano.
O restante da dívida precisa ser pago a longo prazo, sendo a maior parte referente a tributos parcelados (R$ 359,2 milhões).
Em 2021, a maior fonte de receita do Corinthians foi com direitos de transmissão de TV. A arrecadação, que em 2020 foi de R$ 160,1 milhões, subiu para R$ 265,9 milhões no ano passado.
A segunda maior foi de patrocínios e publicidade, que aumentou de R$ 71,1 milhões em 2020 para R$ 126,3 milhões em 2021.
O crescimento tem relação com novos contratos firmados pelo Timão, mas também com valores que ficaram “represados” no ano anterior por conta da pandemia de coronavírus, que adiou o término do Brasileirão.
Em 2021, a maior fonte de receita do Corinthians foi com direitos de transmissão de TV. A arrecadação, que em 2020 foi de R$ 160,1 milhões, subiu para R$ 265,9 milhões no ano passado.
A segunda maior foi de patrocínios e publicidade, que aumentou de R$ 71,1 milhões em 2020 para R$ 126,3 milhões em 2021.
O crescimento tem relação com novos contratos firmados pelo Timão, mas também com valores que ficaram “represados” no ano anterior por conta da pandemia de coronavírus, que adiou o término do Brasileirão.
No total, o Corinthians arrecadou R$ 447,7 milhões brutos com futebol e mais R$ 54,8 milhões brutos com o clube social e os esportes amadores, totalizando R$ 502,5 milhões.
Empossado no começo de 2021, o presidente Duílio Monteiro Alves tratou como prioridade sanear as finanças do Corinthians. Para isso, contratou serviços de consultoria das empresas Falconi e KPMG, com objetivo de cortar gastos e otimizar a gestão.
O balanço do ano passado mostra que houve redução de custos no futebol, mas não no clube social e nos esportes amadores.
As despesas gerais e administrativas no futebol caíram de R$ 78,5 milhões para R$ 24,1 milhões, enquanto as com serviços de terceiros foram de R$ 31,6 milhões para R$ 12 milhões.
Porém, o gasto com pessoal (que engloba salários de jogadores e dos outros funcionários do departamento) subiu de R$ 188 milhões em 2020 para R$ 207,7 milhões em 2021, aumento de 10%.
Fonte: Bruno Cassucci e Henrique Toth — São Paulo