Covid-19: novo aparelho detecta carga viral em ambientes fechados
Desde o início da pandemia do novo coronavírus aprendemos algumas coisas sobre o causador da covid-19. Uma das principais descobertas é que o vírus se espalha pelo ar, em forma de aerossol — gotículas muito pequenas de saliva que ficam suspensas por mais tempo no ar.
Uma maneira eficaz de frear a pandemia é medir a carga viral presente no ar que respiramos. Para realizar essa tarefa, pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) criaram um aparelho chamado CoronaTrack. Agora, o medidor evoluiu e se chama CoronaTrap.

Diferentemente de seu antecessor, criado em 2020, o CoronaTrap não apenas mede a quantidade de vírus presente no ar, mas também aprisiona o vírus em seu interior. Como o primeiro aparelho era sensível a fatores ambientais, muitas vezes o vírus se degradava antes mesmo de ser analisado no laboratório — o que resultava em testes falso-negativos.
Segundo os pesquisadores, o novo aparelho é mais eficiente e captura e mede a carga viral em diversos tipos de ambientes, a partir dos aerossóis presentes na atmosfera. Enquanto o CoronaTrack depende de um portador individual em movimento para funcionar, o CoronaTrap pode ficar parado e monitorar áreas maiores, além de preservar o SARS-CoV-2 por mais tempo durante a coleta — o que torna os resultados das análises ambientais mais confiáveis.
Entenda os aerossóis
Ao contrário do que se pensava no início da pandemia, o principal meio de contágio do coronavírus não são as superfícies, mas sim o ar, por meio dos aerossóis, partículas minúsculas geradas ao falar, espirrar ou tossir — e em alguns procedimentos médicos —, que ficam suspensas na atmosfera por horas e podem ser carregadas por correntes de ar.
Veja o CoronaTrap em ação:
As imagens do vídeo foram gravadas durante uma coleta na Central do Brasil, terminal de trens localizado no Rio de Janeiro. A equipe que criou o aparelho é liderada pelo professor Heitor Evangelista, do Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais (Laramg) do Departamento de Biofísica e Biometria da Uerj.
Fonte: Luciana Penante, TecMundo