Do que a Argentina precisa para não repetir a queda do Brasil diante da Croácia
Versatilidade de esquemas de jogo é um dos trunfos do treinador Lionel Scaloni para superar o forte meio de campo da seleção europeia na primeira semifinal da Copa do Catar
Por Renan Damasceno — Enviado especial a Doha, no Catar
13/12/2022 03h30 Atualizado há 2 horas
Para superar a Croácia, algoz do Brasil nas quartas de final, a Argentina de Lionel Scaloni tem como trunfo a versatilidade de esquema de jogo, que foi um dos principais pontos de crítica à seleção brasileira no Catar. Desde a estreia, o treinador da albiceleste vem mudando a formação antes e durante as partidas, de acordo com o adversário e a necessidade do confronto, e sacando jogadores que antes pareciam intocáveis.
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— É uma virtude termos diferentes maneiras de jogar. Às vezes se fala de números, de linha de três, de quatro, de cinco (jogadores). É uma virtude você poder mudar a maneira de jogar sem precisar mexer nos jogadores. E isso às vezes pode ser um complicador para o time rival — afirmou o lateral-esquerdo Tagliafico, que vai herdar a vaga do suspenso Acuña.
Ontem, em treino fechado, Scaloni testou duas formações para pegar a Croácia, segundo a imprensa argentina. A primeira delas, que deve ser a titular, conta com a volta de Di María, recuperado de lesão. Assim, o time retornaria ao 4-3-3, que é o esquema favorito do treinador, com De Paul (também recuperado), Enzo Fernández e Alexis Mac Alister formando o meio-campo.
Mas Scaloni testou outro modelo que pode ser importante para o time não repetir a queda do Brasil diante dos croatas: o treinador tem a opção de jogar no 4-4-2, aumentando o número de atletas no meio-campo, setor que o time de Zlatko Dalic dominou contra os brasileiros.
Neste caso, o volante Leandro Paredes, do Paris Saint-Germain, se juntaria aos outros três no meio-campo, com apenas Messi e Álvarez no ataque, sem Di María.
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Mudanças no time
Scaloni vem moldando esta Argentina até chegar à semifinal. Lautaro Martínez, que é um dos nomes mais conhecidos, perdeu espaço depois dos primeiros jogos, bem como Papu Gómez, o mais ofensivo na estreia. Contra a Holanda, o treinador optou por entrar com três zagueiros, dando mais espaço para os atletas que atuam pelas pontas.
— Sempre olhamos as partidas anteriores, o que podemos melhorar, e tentamos causar danos ao rival. A Croácia tem grandes jogadores, já causaram problemas para todos os rivais nesta Copa — afirmou Scaloni, ontem. — E nós temos que procurar os defeitos deles, que aqui não vou dizer quais são. É em cima disso que trabalhamos.
Em todas essas trocas, uma ideia permanece sólida: dar liberdade para Lionel Messi.
Fonte: Renan Damasceno — Enviado especial a Doha, no Catar