Em entrevista ao g1, Ciro Gomes fala sobre preço da gasolina, militares no governo e relação com o Congresso; veja todos os trechos
Pedetista abriu, nesta segunda-feira (13), série de entrevistas comandadas por Renata Lo Prete, apresentadora do podcast ‘O Assunto’, com pré-candidatos à Presidência da República. Entrevista foi transmitida ao vivo direto do estúdio do g1, em São Paulo.
Por g1
14/06/2022 05h01 Atualizado há 3 minutos
Começou nesta segunda-feira (13) a série de entrevistas do podcast O Assunto com presidenciáveis. Ao vivo, Renata Lo Prete conversou com Ciro Gomes (PDT), pré-candidato à presidência em 2022. No vídeo acima, você confere a íntegra da entrevista.
O pedetista disse que, se eleito, abrirá mão da reeleição para presidente, defendeu a criação de uma renda mínima como forma de combate à fome, prometeu ajuda federal aos municípios para o ensino básico e falou sobre a presença de militares no governo.
Ciro Gomes também fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro, pré-candidato pelo PL, acusando-o de “canalha”. Também não poupou Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato pelo PT, dizendo que o ex-presidente “se corrompeu” e que “fica acenando com grande estelionato eleitoral”.
Os próximos entrevistados da série serão Simone Tebet (MDB), em 20 de junho, às 15h; e André Janones (Avante), em 11 de julho, novamente às 15h.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) também foram convidados, mas não confirmaram presença até 3 de junho, prazo estipulado em reunião de 31 de maio com representantes dos partidos na qual foram informadas regras e datas para a realização da série.
Veja, abaixo, todos os trechos da entrevista de Ciro Gomes ao g1:
- Participação nas eleições 2022
- Alta dos combustíveis
- Endividamento das famílias brasileiras
- Combate à fome e renda mínima
- Autonomia do Banco Central
- Educação
- Saúde
- Amazônia
- Morte de Genivaldo
- Forças policiais
- Militares na política
- Ciência
- Orçamento Secreto
- Lula
- Tentativa de Golpe
- Alianças
- 2º turno
- Relação com Congresso
- Listra tríplice
- Segunda instância
- Ataques ao STF
- Forças Armadas no processo eleitoral
- Pandemia
Participação nas eleições 2022
Candidato à Presidência pela quarta vez em 2022, Ciro Gomes contou que quer ser eleito para discutir, agora, como sair da “intricada condição social” dos brasileiros que vão chegar à velhice sem cobertura previdenciária.
Ele também listou o endividamento das famílias brasileiras e a precarização da saúde mental como alguns dos principais problemas a se combater.
Alta dos combustíveis
Em relação ao preço dos combustíveis, Ciro Gomes chamou de “truque eleitoreiro criminoso” e “canalhice” a proposta do governo federal de reduzir o ICMS dos estados para tentar conter a alta do preço dos combustíveis. “E não é para resolver o problema, é pra atravessar o período eleitoral”, disse.
O pedetista também criticou o alto lucro obtido hoje por 60% dos acionistas minoritários da Petrobras e afirmou que a empresa lucra 38%, enquanto no resto do mundo, segundo ele, o lucro de petroleiras fica na faixa de 7%.
Endividamento das famílias brasileiras
Ao falar sobre o endividamento dos brasileiros, Ciro fez críticas ao oponente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e afirmou que o petista comete “estelionato eleitoral” quando promete, em discursos, que a vida vai melhorar e voltar a ser como na época em que foi presidente, entre 2003 e 2010.
O pré-candidato disse ainda que Lula “está muito longe de entender” que “o Brasil é outro
Combate à fome e renda mínima
Em 2022, oito anos após sair do mapa da fome em 2014, 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil. Para Ciro Gomes, a solução é criar estoques de alimentos para regular o mercado em momentos de flutuação dos preços e, paralelamente, colocar em prática um projeto de renda mínima.
Na entrevista, o pré-candidato comparou a produção de alimentos no Brasil com a de outros países. “Isso aqui é um país do fundão da África subsaariana, que não tem comida? Não, nós somos o maior produtor de alimentos do planeta Terra”, disse.
Autonomia do Banco Central
A autonomia do Banco Central, lei estabelecida durante a pandemia de Covid, em fevereiro de 2021, foi, para Ciro Gomes, “um assalto”. “ E [Arthur Lira] passa, no Congresso Nacional, em plena pandemia, sem discussão de ninguém, numa votação virtual, em que nem a seriedade do voto pode ser apurada, uma autonomia do Banco Central. Isso foi o que aconteceu no nosso país, isso foi um assalto. Eu vou pra lá pra corrigir isso, se não, elejam outro.
Educação
A aposta de Ciro Gomes para melhorar a educação no país é a criação de um fundo para “valorizar” e “estimular” docentes. Ele ainda propõe a federalização da gestão de do ensino básico.
“Precisamos preparar o profissional dos novos tempos, ensinando a perguntar. Isso pressupõe professor qualificado e motivado, treinamento massivo para todos os professores. Isso pressupõe programa de retreinamento com estímulos [para professores]”, afirmou Ciro, sem detalhar de onde sairiam os recursos para o fundo.
Saúde
O plano de Ciro Gomes para a saúde é criar uma “carreira de estado” para os médicos brasileiros como forma de fortalecer a medicina de família, formando profissionais generalistas e atendendo, segundo Ciro, 80% das demandas de saúde do país.
Amazônia
Sobre as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, Ciro Gomes disse que o presidente Jair Bolsonaro colocou culpa nas vítimas ao dizer que ambos “foram para uma aventura”. E comentou que, para ele, a Amazônia “é uma terra sem dono”. Na visão do pedetista, “os militares estão muito longe de cumprir mais remotamente o ordenamento espacial da força terrestre brasileira.
A morte de Genivaldo
Quando questionado sobre o que teria feito após a tortura e morte de Genivaldo Jesus Santos pela Polícia Rodoviária Federal, Ciro Gomes afirmou que teria “imediatamente afastado das suas funções” o diretor-geral da PRF e também o ministro da Justiça.
Forças policiais
O pré-candidato afirmou que os policiais militares do Ceará que participaram de motins teriam sido presos e expulsos da corporação se ele fosse governador do estado. Na época, o titular do cargo era Camilo Santana (PT). Ex-governador do Ceará, o pedetista relacionou os motins, o último deles em 2020, a uma realidade de policiais com “pouca aptidão para segurança” no estado.
Militares na política
Se for eleito, Ciro Gomes garantiu que irá proibir que militares da ativa ocupem cargos políticos. “Veja o que está acontecendo: tem 3,8 mil militares da ativa dobrando salário em cargos políticos. No meu governo, [no] primeiro dia [haveria a determinação]: está proibido militar participar de cargo político“, afirmou.
Ciência
Ciro Gomes criticou o investimento do governo brasileiro de apenas 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no setor de Ciência e Tecnologia. Ele afirmou que esse valor deveria ser, na verdade, de 3% do PIB. “É um desastre o que está acontecendo. Estão transformando o nosso país em uma ex-nação. Não duvide disso”.
Orçamento Secreto
Questionado sobre como pretende pôr fim ao chamado “orçamento secreto” e lidar com a atual cúpula do Congresso Nacional, o pré-candidato do PDT afirmou que, se eleito, abre mão da reeleição para presidente e irá propor reformas nos seis primeiros meses. “Abro mão da minha reeleição em troca da reforma do país (…) uma reconstitucionalização do Brasil para acabar com essa barafunda institucional em que estamos navegando.
Fonte: Por g1