Estreia de Sampaoli, começo da pandemia: último jogo contra o Villa iniciou era ambiciosa do Atlético-MG
Encontro derradeiro entre as equipes ocorreu em 14 de março de 2020, um dia antes do futebol ser paralisado em todo o país pelo avanço da primeira onda da Covid-19
14 de março de 2020. Há exatos 682 dias, Atlético-MG e Villa Nova-MG se encontravam pela última vez, em uma despretensiosa 9ª rodada de Campeonato Mineiro. Um jogo com importância quase zero sob a ótica esportiva, mas que hoje pode ser encarado como um marco histórico. Foi a última partida antes do futebol parar por 4 meses no país devido à primeira onda de Covid-19, num jogo que representa o início de uma era mais ambiciosa no Galo, que culminaria nos títulos brasileiro e da Copa do Brasil pouco depois.
Já sob os primeiros efeitos do avanço da pandemia no Brasil, Atlético e Villa entraram em campo sem público na noite daquele sábado de 14 de março. No Alçapão do Bonfim, em Nova Lima, as atenções estavam todas focadas em uma cadeira de plástico vermelha próxima a um dos bancos de reservas. Ali se sentava Jorge Sampaoli, pela primeira vez comandante do Galo à beira do campo.
O argentino já havia sido anunciado para a vaga deixada por Rafael Dudamel (eliminado de forma precoce na Copa do Brasil, para o Afogados-PE) há 15 dias, mas só naquele fim de semana fez sua estreia. Uma chegada que envolveu a participação direta daqueles que, futuramente, seriam amplamente conhecidos por clube e torcida como os “4 R’s”.
Para convencer Sampaoli a fechar com o Galo, além do acerto salarial, o grupo de empresários alvinegros prometeu um aporte milionário para a contratação de reforços. Um ano depois, mais de R$ 400 milhões já haviam sido emprestados – sem juros ou prazo, segundo Rubens Menin.
Dinheiro usado, entre outras coisas, para a contratação de nomes como Junior Alonso, Everson, Zaracho, Vargas e companhia. A base do elenco que, com Cuca, em 2021, conquistaria a maior temporada em títulos da história do Atlético: bicampeão brasileiro e da Copa do Brasil.
Antes do futebol parar
Raramente sentado na tal cadeira de plástico colocada à beira do gramado do Castor Cifuentes, o sempre agitado Jorge Sampaoli viu o Atlético vencer por 3 a 1, com gols de Savarino, Guilherme Arana (que depois seria expulso) e Franco Di Santo.
Uma pequena amostra do trabalho do argentino, adepto do hoje tão falado “jogo posicional”. Com uma mudança brusca em relação ao estilo de Dudamel, o Galo começou ali a ser um time de jogo extremamente ofensivo, que evitava bolas longas e abusava das movimentações no meio campo.
Um dia após aquele jogo, a CBF oficializou a interrupção do futebol em todo o país por conta do avanço da primeira onda de Covid-19 no Brasil. O Galo só voltaria a campo no fim de julho, para a 10ª rodada do Estadual, contra o América-MG.
Diretamente afetado pela crise financeira, o Villa cairia para o Módulo II do Mineiro na penúltima posição. Campeão da divisão de acesso, o time de Nova Lima retorna à elite regional agora para, 683 dias depois, reencontrar o Atlético no mesmo Castor Cifuentes. O jogo está marcado para as 19h desta quarta-feira.
Ficha do jogo
Villa Nova 1 x 3 Atlético
Estádio: Castor Cifuentes, Nova Lima (MG)
Data: 14 de março de 2020
Competição: 9ª rodada do Campeonato Mineiro
Atlético: Rafael; Guga, Igor Rabello, Gabriel e Arana; Allan, Nathan e Hyoran; Savarino (Fábio Santos), Di Santo (Réver) e Ricardo Oliveira (Marqunhos).
Villa: Ricardo Villar; Sabino, Rodolfo Mol, Wellington Reis e Iury; Augusto Recife, Diogo Oliveira (Pinguim), Moisés Baiano e Laércio; Leandro Cearense (Zé Eduardo) e Paulo Henrique (David Cunha).
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Fonte: Por Marcelo Cardoso, Ge