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Fluxo de dólares que animou bolsa em janeiro deve secar, avaliam gestores; veja ranking de aplicações

Especialistas entendem que cenários externo e interno não justificam otimismo maior com renda variável no curto prazo

Por Adriana Cotias, Valor — São Paulo

01/02/2022 06h25  Atualizado há 3 horas

O primeiro mês de 2022 pintou um quadro animador para o investidor que permaneceu na bolsa, depois dos resultados decepcionantes de 2021. O Ibovespa acumulou alta de quase 7%, e mais de 11% em dólar. O estrangeiro já colocou US$ 4,5 bilhões em ações brasileiras, um terço de tudo que entrou no ano passado na B3. Ajudou até na valorização do real, que voltou a ser cotado a R$ 5,30 por dólar. Mas essa festa pode não se prolongar, alertam gestores.

De fora vêm os ventos contrários do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e sua brusca mudança no script monetário. No Brasil, a campanha eleitoral não deve dar trégua. O vaivém das pesquisas e as sinalizações de quem potencialmente conduzirá a economia a partir de 2023 são elementos que podem agitar os mercados.

om a Selic em alta (está em 9,25% e deve subir para 10,75% amanhã e seguir subindo), deixar o dinheiro na renda fixa atrelada à taxa básica ou ao CDI é um ponto de conforto. Mas os profissionais de investimentos veem oportunidades na renda fixa longa, em títulos atrelados ao IPCA, públicos ou privados.

Quem vinha compondo a carteira com ativos internacionais, a exemplo do índice S&P 500 da bolsa americana, precisa estar preparado para tempos mais conturbados, segundo Bruno Magalhães, sócio-fundador da Sterna Capital. A mudança da rota monetária por parte do Fed pressupõe um dólar mais forte e saída de dinheiro das bolsas, incluindo das emergentes.

Nas projeções no mercado americano, já estão embutidas diversas altas das taxas de juros. O presidente do Federal ReserveJerome Powell, não tentou dissuadir os investidores sobre a disposição para um ajuste forte, e ainda sinalizou a redução do balanço da autoridade monetária. Isso significa não só tornar o custo de capital mais caro, como também retirar liquidez da economia, aponta Magalhães.

Ele prevê que o S&P 500, que vinha sendo negociado a uma relação preço/lucro de 22 vezes quando bateu os 4.700 pontos, volte para os níveis pré-covid, perto de 18 vezes. “Apesar da correção já vista em janeiro, o mercado pode cair mais, taticamente estamos mais vendidos lá fora”, diz Magalhães. O índice preço/lucro compara o valor de mercado com o lucro das empresas e é uma medida que ajuda a indicar se a ação ou a bolsa estão caros ou baratas – quanto maior, mais caro.