Forças russas são acusadas de sequestrar quatro jornalistas ucranianos, diz sindicato
Profissionais e suas famílias foram levados da cidade de Melitopol e libertados em local desconhecido. Diretora de jornal acusa militares russos de intimidaçãoDo New York Times22/03/2022 – 01:01 / Atualizado em 22/03/2022 – 08:28
MELITOPOL – Militares russos teriam retirado, nessa segunda-feira, quatro profissionais de mídia ucranianos de suas casas, em Melitopol, uma cidade no sudeste da Ucrânia, informou o Sindicato Nacional de Jornalistas da Ucrânia, em um comunicado à imprensa. Há uma semana, o exército russo libertou o prefeito da cidade, Ivan Fedorov, após duas mil pessoas protestarem contra a prisão do político.
Os jornalistas e alguns de seus familiares foram levados da cidade – que está sob ocupação militar russa – a um destino desconhecido, antes de serem libertados algumas horas depois.
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Os profissionais eram todos associados ao Melitopolskie Vedomosti, um jornal local. No grupo estavam o editor aposentado do jornal, Mykhailo Kumko; seu editor-chefe, Yevhenia Boryan; e dois repórteres, Yulia Olkhovska e Lyubov Chaika.
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Anna Medvid, diretora-geral da empresa proprietária do jornal, disse ao sindicato que soldados russos realizaram “conversas preventivas” com jornalistas, na tentativa de convencê-los a colaborar.
“Há uma semana, também fui convocada para uma entrevista. Eles querem que sejamos leais e solidários. Eu não concordei”, disse ela no comunicado.
Os soldados confiscaram celulares e servidores domésticos dos trabalhadores de mídia, de acordo com Medvid.
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“O Sindicato Nacional de Jornalistas da Ucrânia condena tentativas de intimidação e pressão sobre jornalistas pelos ocupantes, em Melitopol, Berdyansk e Kherson”, disse o sindicato em outro comunicado à imprensa, também na segunda-feira, acrescentando que buscas e sequestros se tornaram ferramentas de intimidação a jornalistas e ativistas nos territórios ocupados.
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