Gabriel Monteiro: entenda a votação do Conselho de Ética nesta terça que pode abrir representação contra o vereador e ex-PM
Para ter continuidade, é preciso que haja maioria simples do conselho.
Por Nicolás Satriano, g1 Rio
05/04/2022 03h30 Atualizado há 59 minutos
Vereadores que fazem parte do Conselho de Ética da Câmara do Rio se reúnem nesta terça-feira (5) para definir se abrem ou não representação disciplinar contra o também parlamentar Gabriel Monteiro (PL) – veja mais abaixo como será a votação no conselho.
Como mostrou o Fantástico, o político é acusado de assédio moral e sexual por servidores e ex-funcionários dele. Neste domingo (3), mais denúncias contra o ex-policial militar vieram à tona.
Três vítimas foram ouvidas pela equipe de reportagem. Sem se identificar, uma delas afirmou que, em 2017, quando Gabriel Monteiro ainda era PM, ele a ameaçou com uma arma na cabeça quando ela tentou reagir ao abuso.
Gabriel Monteiro nega as acusações. No primeiro encontro do Conselho de Ética para tratar do caso, na semana passada, o vereador disse à imprensa que a verdade “já estava exposta nas redes sociais” e que não cometeu nenhum crime.
Além dessas acusações, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) abriu um inquérito para apurar se o ex-PM violou direitos da criança que aparece em um vídeo do político publicado na internet.
O trâmite
Atualmente, compõem o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara do Rio os seguintes parlamentares:
- Alexandre Isquierdo (presidente – DEM)
- Rosa Fernandes (vice – PSC)
- Chico Alencar (PSol)
- Luiz Ramos Filho (PMN)
- Teresa Bergher (Cidadania)
- Zico (Republicanos)
- Wellington Dias (suplente – PDT)
Para abrir a representação contra Gabriel Monteiro, é preciso que o conselho forme uma maioria simples. Ou seja, com quatro votos já é dada continuidade ao procedimento contra o ex-PM.
Suplente, Wellington Dias ocupou o lugar do também vereador Dr. Rogério Amorim, irmão do deputado estadual Rodrigo Amorim, ambos do PSL.
Na sexta-feira (1º), Rogério Amorim foi nomeado secretário estadual de Defesa do Consumidor pelo governador Cláudio Castro (PL), e por isso deixou as atividades no Palácio Pedro Ernesto.
‘Tem elementos’
Presidente do Conselho, o vereador Alexandre Isquierdo e demais membros do grupo participaram nesta segunda-feira (4) de uma reunião no Ministério Público estadual (MPRJ) para saber mais sobre as investigações contra Gabriel Monteiro.
Isquierdo desviou de perguntas mais diretas sobre a admissibilidade ou não da representação contra Gabriel Monteiro. Entretanto, confirmou que, no entendimento dele, há elementos para a abertura do processo.
“Tem elementos [para abrir a representação]. Mas é uma decisão de foro íntimo e, amanhã, depois da reunião, por volta de 15h30, já teremos um posicionamento. (…) São denúncias graves, obviamente”, ponderou o parlamentar.
Dois votos na mesa
Ao menos dois vereadores que integram o Conselho de Ética já se manifestaram favoravelmente à abertura da representação. São eles: Chico Alencar e Teresa Bergher.
Nesta segunda, após a reunião no MP, o psolista voltou a dizer que entende que há elementos “robustos” para se abrir o processo ético-disciplinar.
“Meu entendimento é de que, se na semana passada já havia elementos robustos para se abrir um processo ético-disciplinar, com todas as novas denúncias que surgiram nos últimos dias, esses indícios estão ainda mais fortes”, afirmou o vereador.
E mesmo que o conselho decida não dar prosseguimento à representação, a equipe de Alencar já tem escrita uma minuta que poderá ser apresentada ao plenário da Câmara. Para ser aprovada no plenário, são necessárias 22 assinaturas dos vereadores.