Mais de cem horas após terremoto, chances de encontrar sobreviventes na Turquia e na Síria são cada vez menores
Frio, fome, falta de abrigo e doenças ameaçam as pessoas que conseguiram escapar da destruição
Por AFP
10/02/2023 05h02 Atualizado 10/02/2023
Com o avançar das horas, a esperança de encontrar sobreviventes é cada vez menor nas zonas afetadas pelo terremoto da última segunda-feira na Turquia e na Síria, um dos mais potentes em décadas na região, e que provocou mais de 21 mil mortes. Nesta quinta-feira, uma criança de 10 anos surpreendeu os socorristas ao ser achada viva em meio aos escombros da província de Hatay, quando faziam cerca de 90 horas do instante em que os tremores foram sentidos.
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Identificada como Hilal Sağlam, a menina ficou presa sob os escombros de um prédio localizado na província de Hatay. Após ser socorrida e retirada do local desabado por bombeiros, ela, com o rosto coberto, chegou a acenar com uma das mãos para as pessoas que acompanharam seu resgate.
Em todas as regiões afetadas as equipes de emergência prosseguiram nesta quinta-feira com as buscas por milhares de pessoas que as autoridades suspeitam que estão presas nos escombros. O otimismo diminui com as temperaturas gélidas e a superação do prazo de 72 horas, considerado crucial para resgatar sobreviventes.
O novo balanço, baseado em dados oficiais e médicos, é de 17.674 mortos na Turquia e 3.377 na Síria, aumentando o número geral para 21.051. Segundo especialistas, ele irá aumentar.
Além disso, os países contabilizam perdas econômicas gigantescas: de acordo com a agência de classificação Fitch provavelmente devem “superar dois bilhões de dólares e podem alcançar quatro bilhões de dólares ou mais”.
O Banco Mundial anunciou hoje que destinará US$ 1,78 bilhão à Turquia para ajudar nos esforços de assistência e recuperação. Os Estados unidos, por sua vez, anunciaram um pacote inicial de 85 milhões de dólares para ajuda de emergência.
Cerca de 23 milhões de pessoas estão “potencialmente em risco, incluindo 5 milhões de pessoas vulneráveis”, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que teme uma grave crise sanitária, com doenças como cólera, que causariam ainda mais danos do que o terremoto.
Fonte: Por AFP