No Maraca, Flamengo tenta se redimir de início ruim para dar tempo a Vítor Pereira e à chegada de reforços
Time recebe o Del Valle às 21h30 e precisa vencer para finalizar sequência de decisões no começo de temporada com boa impressão
Por Diogo Dantas
28/02/2023 04h18 Atualizado há uma hora
Faz dois meses que o Flamengo se reapresentou no CT Ninho do Urubu após quase cinquenta dias de recesso de olho na preparação para as decisões do começo de 2023, e a sensação é de que nada deu certo até agora na temporada. Para tentar se redimir desse início ruim, a equipe comandada por Vítor Pereira vai a campo hoje, 21h30, no Maracanã, contra o Independiente Del Valle, pelo segundo jogo da Recopa Sul-Americana.
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Será a última partida da primeira leva de três torneios decisivos. Antes da Recopa, houve decepções no Mundial de Clubes e na Supercopa. Para terminar por cima, com boa impressão, será necessário vencer por dois gols de diferença após perder por 1 a 0 no Equador. Em caso de placar igual, decisão na prorrogação e depois pênaltis. O trunfo rubro-negro será voltar ao Maracanã, com quase 60 mil ingressos vendidos.
Ainda que o elenco esteja quase completo, a equipe sob o comando de Vítor Pereira ainda deve à torcida uma grande atuação. O desempenho nas competições anteriores fizeram o treinador começar um trabalho do zero já desgastado. Seu status no clube permanece inalterado e a diretoria pretende manter o respaldo para a sequência da temporada. O português, por sua vez, tem a intenção de intensificar mudanças táticas após a disputa de mais uma decisão.
O saldo até agora é negativo em termos de resultado. Tirando o bom retrospecto no Estadual, Vítor Pereira só tem uma vitória em quatro jogos entre as três competições que o Flamengo disputou desde o começo do ano. Internamente, entretanto, o saldo do trabalho é positivo. Há boas ideias sendo colocadas em prática aos poucos e aceitação por parte dos jogadores.
Passada a tempestade do começo do ano, com sobrecarga que impediu a evolução do trabalho não só tático, mas principalmente físico, a expectativa é que o trabalho ganhe corpo a partir do jogo de hoje. A direção do Flamengo age com frieza na avaliação do elenco e pretende se reforçar com duas a três peças até o meio do ano.
Mesmo com uma formação que se conhece bem, o Flamengo tem oscilado e sofrido para apresentar um jogo coletivo consistente, de protagonismo, com posse de bola e força ofensiva, como se viu nos últimos anos. Pesa nesse sentido também a mescla recente dos trabalhos da comissão técnica de Vítor Pereira e da comissão permanente, que preenche a preparação física e o departamento médico rubro-negro com alguns novos funcionários, como o preparador Mário Monteiro e o fisiologista Tadashi Hara.
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Pedro e Gerson estão de volta
O técnico Vítor Pereira terá os retornos de Pedro e Gerson, este último em recuperação de uma pancada no tornozelo. O centroavante, por sua vez, sentiu a coxa e fez trabalhos especiais de fortalecimento. Ainda são baixas Léo Pereira e Filipe Luís. Mesmo assim, a escalação promete ter a consistência que Pereira tem bradado aos microfones. Com Thiago Maia e Vidal na proteção à zaga, o quarteto ofensivo volta a ser a principal esperança de gols, com Éverton Ribeiro confirmado ao lado de Pedro, Gabi e Arrascaeta. Gerson inicialmente começa no banco de reservas.
Há uma preocupação de que os principais jogadores possam estar no melhor nível físico em breve, sobretudo Arrascaeta, que começou a temporada muito mal. Com a previsão de até 86 jogos na temporada, mas com descanso nas datas Fifa, o Flamengo faz um plano de longo prazo de que vai conseguir recuperar suas estrelas. Foi pensando no ano como um todo que a direção combinou um retorno mais demorado, e sabia que o começo da temporada não seria em alto nível para os ganhar torneios.
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Direção age com frieza
Mais do que um alívio em relação às crítica sobre Vítor Pereira, uma vitória e a volta de um bom desempenho no Maracanã serão essenciais ainda para que a diretoria do Flamengo ganhe tempo para trabalhar fora de campo para reforçar a equipe ainda mais.
Apesar de ainda buscar peças na janela que se encerra em abril, todo o foco está voltado para os maiores investimentos a partir de junho. A atuação no mercado é uma das forças de a diretoria manter a boa imagem da gestão nos últimos anos.
O desgaste externo e interno ainda atinge o vice de futebol Marcos Braz, alvo de debates em relação à necessidade de profissionalizar mais o departamento de futebol. O chamado Conselhinho do Futebol tem se reunido para debater reforços e a estrutura da pasta, com um papel de maior liderança do CEO Reinaldo Belotti, homem de confiança do presidente Rodolfo Landim.
Há um diagnóstico de que os atletas precisam de maior liderança além de Vítor Pereira, que acaba, como todos os técnicos anteriores, tendo que atuar como técnico e gestor do futebol como um todo.
Fonte: Diogo Dantas