Os polêmicos 9,5: há oito carnavais escolas do Rio não têm nota tão baixa dos jurados
Avaliação sobre fantasias de Mocidade e Império Serrano causaram revolta entre os componentes das escolas
Por Felipe Grinberg e João Vitor Costa — Rio de Janeiro
23/02/2023 04h30 Atualizado há 29 minutos
Durante a leitura das notas da apuração do carnaval do Rio de 2023, duas avaliações causaram polêmica. No quesito fantasia, Mocidade e Império Serrano receberam uma nota 9,5 de jurados diferentes. Uma avaliação tão baixa não ocorria no grupo Especial do Rio desde 2014, quando escolas receberam oito notas 9,5. No fim da apuração, o Império Serrano acabou rebaixado para a Série Ouro em 2024 e a Mocidade ficou em penúltimo, permanecendo no Grupo Especial por um ponto.
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A nota baixa foi motivo de indignação dos membros das escolas nesta quarta-feira. A filha de Arlindo Cruz se revoltou com notas baixas para o Império Serrano, que homenageou seu pai. Durante a apuração, Flora Cruz saiu da mesa destinada aos integrantes da esola da Serrinha durante o quesito Comissão de Frente. De óculos escuros, ela, torcedora da escola que homenageou o seu pai, ficou indignada:
— Sem palavras. A gente fica muito triste. O Império recebeu um 9,5, nota que não se dá para escola nenhuma.
O que se julga em ‘Fantasias’
Foi de Regina Oliva a nota baixa ao Império Serrano. Já para a Mocidade, Wagner Louza de Oliveira foi o avaliador. Segundo o regulamento do carnaval carioca, toda penalidade deve ser justificada pelo jurado por escrito. A divulgação das avaliações deve ocorrer nesta sexta-feira.
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Todos os jurados receberam o “Manual do Julgador”, produzido pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). No documento, há orientações sobre o julgamento e os critérios a serem adotados na avaliação. No caso das fantasias, a nota é dividida em duas: entre 4,5 a 5,0 para a concepção e de 4,5 a 5,0 pontos sobre a realização.
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São alvo de julgamento todas as fantasias da escola, menos as de componentes sobre os carros alegóricos, do casal de mestre-sala e porta-bandeira e as fantasias da comissão de frente.
Segundo o manual, ao julgar a concepção o avaliador deve analisar se os figurinos cumprem a “função de representar as diversas partes” do enredo e sua capacidade de serem criativas. Já dentro da avaliação da realização, deve-se atentar sobre a impressão causada pelas formas e pelo entrosamento; os acabamentos e os cuidados na confecção e a uniformidade de detalhes, dentro das mesmas alas, grupos e/ou conjuntos (igualdade de calçados, meias, shorts, biquínis, sutiãs, chapéus e outros complementos, quando ficar nítida esta proposta).
Já entre as penalidades, segundo o manual, deve-se descontar “a falta significativa de chapéus, calçados e outros complementos de Fantasias, quando ficar nítido que a proposta, originariamente, era com a presença desses elementos das indumentárias”.
Fonte: Felipe Grinberg e João Vitor Costa — Rio de Janeiro