Pela primeira vez desde 2009, Exército não cuida do armazenamento das provas do Enem no Sudeste
Para o Enem 2021, o Inep, instituto responsável pelo exame, reduziu em 35% os pontos sob responsabilidade dos militares.
O Enem deste ano vai ter uma novidade na logística. Pela primeira vez em mais de dez anos, o Exército não está cuidando do armazenamento das provas que vão ser distribuídas para a Região Sudeste.
Era numa área protegida pelo Exército que, em anos anteriores, ficavam guardadas as provas do Enem. No batalhão em Osasco, na Grande São Paulo, um pavilhão chegou a ser adaptado para atender às exigências do Ministério da Educação de armazenar os malotes em segurança.
Só que, para o Enem 2021, o Inep, instituto responsável pelo exame, reduziu em 35% os pontos sob responsabilidade do Exército. Nenhuma prova foi guardada em unidades militares nos quatro estados da Região Sudeste.
Segundo o Exército, apenas “28 organizações militares apoiam o armazenamento das provas do Enem, em municípios das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul.” E “é a primeira vez, desde que o Exército apoia o armazenamento de provas do Enem, que organizações militares na Região Sudeste não foram empregadas nessa atividade.”
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Área protegida pelo Exército onde, em anos anteriores, ficavam guardadas as provas do Enem — Foto: Reprodução
O Exército assumiu a guarda das provas em 2009, depois do escândalo do vazamento do exame no ano anterior, quando uma prova foi furtada da gráfica.
As provas que saíram da responsabilidade do Exército foram para os Correios. Em um dos maiores centros logísticos do país, grandes cargas e encomendas são separadas para serem enviadas a centros de distribuição dos Correios pelo Brasil. E as provas passaram a ficar lá, depois que a Polícia Federal vistoriou o local e considerou a segurança adequada.
Na área de 77 mil metros quadrados, o movimento de caminhões é intenso. O Inep ainda não explicou o porquê dessa mudança. Especialistas em educação cobram mais clareza.
“A questão da transparência, a questão da confiança é absolutamente central. No caso do Enem, em particular, a questão do sigilo das provas é uma premissa crucial. Isso significa que nós, necessariamente, teremos problemas na aplicação do Enem? Não. Não significa isso, mas o fato é que o governo, sem dúvida alguma, adicionou algumas camadas de riscos a uma operação já bastante complexa”, alertou o diretor executivo da organização Todos Pela Educação, Olavo Nogueira Filho.
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Apesar de o Exército ter deixado de guardar as provas do Enem no Sudeste do país, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse nesta quinta-feira (18) que a segurança do Enem não mudou.
Repórter: Houve mudança no esquema de segurança esse ano?
Milton Ribeiro: Nenhuma.
O ministro ainda garantiu que a prova não irá vazar.
“Não no nosso governo. Não houve, nunca houve vazamento. A sala é segura, a Polícia Federal está cuidando de tudo. Não tem perigo, não.”
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Fonte: Por Jornal Nacional