Pistola usada por brasileiro em ataque a Cristina Kirchner é vendida por R$ 2 mil na web
Modelo saiu de linha em 2012, mas está disponível em sites, bem como suas munições
Por O Globo — Rio de Janeiro
03/09/2022 05h00 Atualizado há 3 horas
Uma arma similar à utilizada no atentado contra a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite da última quinta-feira, pode ser comprada em sites especializados por pouco mais de R$ 2 mil (pouco mais de 56 mil pesos argentinos). A pistola é produzida pela argentina Bersa, empresa fundada nos anos 1950, com sede na cidade de Ramos Mejía, na província de Buenos Aires.
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O brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos, abordou a atual vice-presidente da Argentina em frente à sua casa, no bairro nobre da Recoleta, em Buenos Aires, com uma arma de fogo, que falhou na hora do disparo. O modelo usado no ataque é anunciado em alguns sites do país, mesmo já tendo saído de linha desde 2012. Em uma das lojas, a arma é descrita com capacidade para dez munições calibre 32 (7,65 mm), cano de 90 mm, ação dupla e cano estriado (espécie de “ranhura” que faz com que o disparo saia girando, potencializando seus efeitos).
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Brasileiro usou uma pistola da marca Bersa em ataque a Cristina Kirchner — Foto: Editoria de Arte
As munições encontradas com Sabag Montiel serão submetidas a uma perícia, assim como a arma usada por ele. De acordo com o Ministério da Segurança da Argentina, a arma capturada pelos agentes estava com cinco munições no carregador e nenhuma presa à câmara. Segundo as investigações preliminares, a falha no disparo pode ter ocorrido em decorrência do fato de não haver munição na câmara, apenas no carregador.
Pessoas com quem Sabag Montiel trocou mensagens no celular serão chamadas a depor, em busca de possíveis cúmplices no atentado. Ele será interrogado ainda nesta sexta-feira para dar prosseguimento ao inquérito, que é conduzido pela juíza federal María Eugenia Capuchetti e pelo promotor federal Carlos Rívolo, que se reuniram esta manhã na casa de Cristina.
A Polícia Federal argentina já vasculhou o último domicílio do brasileiro no país, localizado no município de San Martín, na região da grande Buenos Aires. O imóvel é um conjugado numa casa térrea, e nele foram encontrados, segundo relatório policial, duas caixas de munições marca Magtech, calibre 9mm, que continham, no total, 100 balas. Também foram apreendidos um computador laptop marca HP e documentos pessoais de Sabag Montiel e familiares.
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Ele foi acusado de tentativa de homicídio agravado. Pessoas com quem trocou mensagens no celular estão sendo chamadas para depor, em busca de possíveis cúmplices no atentado. O inquérito é conduzido pela juíza federal María Eugenia Capuchetti e pelo promotor federal Carlos Rívolo. Sabag Montiel será interrogado nesta sexta-feira diante dos dois.
Segundo informações oficiais, às quais O GLOBO teve acesso, o proprietário que alugava o conjugado para o brasileiro, há apenas oito meses, confirmou que Sabag Montiel morava no local, com uma namorada argentina. Detido logo após a tentativa de assassinato, o brasileiro está agora na Superintendência de Investigações da Polícia Federal, na capital argentina, onde será interrogado. Depois de depor diante da Justiça, deve ser levado a uma prisão federal.
Fonte: O Globo — Rio de Janeiro