Praias de SC registram mais de 16 mil casos de queimaduras por água-viva em menos de 2 meses
Número é quatro vezes maior do que o registrado no mesmo período no ano anterior.
Por Clarìssa Batìstela e Juan Todescath, g1 SC e NSC TV
20/02/2023 05h00 Atualizado há 3 horas
O número de queimaduras por água-viva aumentou no litoral de Santa Catarina. As praias catarinenses registraram 16,675 mil ocorrências em um mês e meio.
É quatro vezes mais ocorrências do que o mesmo período da temporada de verão do ano passado, quando foram registradas 3.779, segundo dados do Corpo de Bombeiros Militar.
Conforme o professor de biologia e oceanografia da UFSC Alberto Lindner, este aumento ocorre por causa de condições climáticas. “As caravelas são animais de água quente, de alto mar e que nos meses de verão, primavera, são trazidos pelos ventos para a nossa costa”, explica.
As praias do Sul catarinense são as que mais registram casos este ano. Na região, o maior número de acidentes é causado pela espécie de água-viva chamada Olindias sambaquiensis.
“Essa espécie está associada com acidentes em 2010 no Sul de Santa Catarina, também em um ano de alta temperatura, indício muito forte de que a temperatura maior da água do mar pode estar associada com a presença dela (no mar)”, explica.
As águas vivas são divididas em dois grupos: caravelas e medusas. As caravelas têm coloração roxa e tentáculos que podem chegar a 10 metros de comprimento. Já as medusas são transparentes e têm formato de guarda-chuva.
Em comum, elas têm toxinas que causam muita dor e sensação de ardência na pele. Os tentáculos são usados para proteção contra predadores e alimentação, já que ajudam a paralisar as presas.
Bandeira lilás e cuidados
A bandeira lilás alerta os banhistas sobre a presença de águas-vivas. Mesmo com o aviso, há quem se arrisca no mar e acaba sendo queimado pela toxina.
Quando isso acontece, alguns cuidados são importantes, como evitar passar água doce na região, alerta o major dos bombeiros Guilherme Veríssimo.
“Ainda na água ele (que foi queimado) pode tentar se lavar na região com a própria água do mar. Nunca com água doce. E (é importante) procurar um posto de guarda-vidas pra gente fazer um tratamento de anular o veneno com vinagre”, diz.
Fonte: Clarìssa Batìstela e Juan Todescath, g1 SC e NSC TV