Sequestrado, ganhador da Mega enviou áudios à gerente pedindo que liberasse dinheiro; ouça
Novas imagens também mostram Jonas Lucas Alves Dias em padaria que frequentava diariamente e fazendo caminhada antes de ser sequestrado por quadrilha, em Hortolândia (SP).
Por Giuliano Tamura, Rodrigo Pereira e Arthur Menicucci, g1 Campinas e EPTV
19/09/2022 07h56 Atualizado há 14 minutos
Áudios obtidos pela Polícia Civil mostram pedidos de Jonas Lucas Alves Dias, ganhador de R$ 47,1 milhões na Mega-Sena em 2020, para que a gerente de seu banco liberasse uma transferência R$ 3 milhões a partir de sua conta.
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Os pedidos foram feitos quando ele já tinha sido sequestrado e estava sob o poder de uma quadrilha, que tentava extorquir dinheiro da vítima, que acabou morta. Dois já foram presos e outros dois estão foragidos.
“Não chegou nada do comprovante, consegue agilizar isso pra mim?”, diz Jonas em uma das mensagens de áudio. “Tô aqui na fazenda, preciso fechar isso aqui hoje”, afirma, em outro momento.
“Ele estava subjugado, isso nós temos certeza. Pede transferência bancária, que obviamente foi negada porque o valor era irreal para ser transferido sem ser presencialmente”, revela a delegada Juliana Ricci, titular da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba (SP).
Novas imagens divulgadas pela Polícia Civil também detalham o trajeto de Jonas antes de ser sequestrado pelo grupo no último dia 12 de setembro.
De hábitos simples, ele saía de casa todos os dias entre 5h30 e 6h e seguia até uma padaria do bairro. Naquele dia, imagens de câmeras do estabelecimento mostram que no local, onde compra pães, um suco de laranja e uma esfirra e sai.
“Era uma pessoa muito rica e levava uma vida muito simples. Ele ganhou na Mega-Sena R$ 47 milhões em 2020, não mudou de casa, continuou frequentando exatamente os mesmo lugares, com os mesmos hábitos”, conta a delegada.
Após deixar os pães com a irmã, ele sai para caminhar novamente, quando novamente é filmado por uma câmera de monitoramento em uma rua. Equipamentos de videomonitoramento da vizinhança também mostram o carro de um dos criminosos passando por ele.
“No próprio ponto que as imagens demostram onde pararam os carros leva a crer que tinham pleno conhecimento do percurso da vítima”, analisa o delegado Kleber Antônio Torquato Altale, diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter 9).
Após uma imagem que mostra os dois veículos suspeitos circulando pelo bairro, a polícia acredita que a vítima foi abordada.
Estima-se que Jonas ficou cerca de 20 horas em poder dos criminosos, que retiraram R$ 20,6 mil de sua conta, por saques e pix, antes de ser abandonado na Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), em Hortolândia. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Fonte: Giuliano Tamura, Rodrigo Pereira e Arthur Menicucci, g1 Campinas e EPTV