Apple: funcionários relatam condições de trabalho insustentáveis
Relatos sobre más condições de trabalho na Apple têm ganhado evidência ultimamente, resultando no movimento #AppleToo, que reúne histórias de assédio vividas por atuais e ex-funcionários. Nessa quinta-feira (2), os problemas voltaram à tona com uma reportagem do The Verge.
Segundo a publicação, horistas de lojas de varejo da Apple nos Estados Unidos, incluindo os que atendem remotamente, estão passando por dificuldades, causadas pelas condições de trabalho ruins. Reclamações quanto ao salário, que varia de US$ 19 a US$ 25 por hora, estão entre as queixas.
Os colaboradores disseram que a empresa não possui plano de carreira, com muitos recebendo menos de US$ 21 por hora, mesmo estando na loja há seis anos. Eles também protestam contra o sistema de avaliação, baseado em pesquisa feita com clientes, resultando em pontuações baixas relacionadas a fatores fora do seu controle.
No trabalho remoto, a baixa remuneração é apenas um dos problemas. Vários contratados afirmaram serem obrigados a lidar com três clientes simultaneamente, finalizando o atendimento em no máximo dois minutos, além de sofrerem xingamentos e maus tratos enquanto os atendem pelo telefone.
Caso extremo
A matéria inclui vários depoimentos de quem enfrentou os mais variados tipos de problemas. O caso mais chocante é o do ex-funcionário da Apple Mark Calivas, que cometeu suicídio em setembro, durante licença médica para tratar a depressão, após anos de uma rotina estressante.
Em e-mail enviado ao setor de recursos humanos da big tech, ele diz ter sido “vítima de intimidação, humilhação pública, bullying, calúnia, retaliação e mentiras”. Calivas trabalhou durante sete anos na loja e sofria assédio da gerente, conforme os relatos.
Sobre as denúncias, a Apple afirma que sempre esteve comprometida em criar e manter um “local de trabalho positivo e inclusivo”. O porta-voz da marca não comentou sobre os casos citados em respeito à privacidade dos envolvidos, mas disse que todas as denúncias são investigadas “exaustivamente”.
Fonte: André Luiz Dias Gonçalves, TecMundo