‘Tratado como bandido’, deputado estadual eleito Renato Freitas relata discriminação na Assembleia Legislativa do PR
Vereador de Curitiba diz ter sido alvo de policiais militares enquanto acompanhava votação na Alep
Por Luísa Marzullo — Rio de Janeiro
24/11/2022 09h05 Atualizado há 37 minutos
O vereador de Curitiba e deputado estadual eleito Renato Freitas relata ter sido vítima de ação discriminatória por parte de policiais militares dentro da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), enquanto acompanhava votação que pode resultar na privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel), na tarde desta quarta-feira. O político disse ter sido ameaçado pelos agentes — a denúncia foi feita pelas redes sociais.
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“Fui tratado como bandido por Policiais Militares, dentro da própria Assembleia Legislativa do Paraná. Eu, Renato Freitas, deputado estadual eleito, chamado de suspeito e ameaçado no local para o qual fui eleito, isso é absurdo!”, escreveu. Na gravação, Freitas chama os agentes de covardes por não terem assumido o comportamento desrespeitoso.
— Isso é uma grave ofensa, como se eu fosse suspeito. Ficar de olho? Dentro de um lugar onde fui eleito pelo povo? — desabafou na frente de um dos representantes da casa que foram até o local da confusão, ainda nos corredores da Alep.
Ao GLOBO, a Polícia Militar do Paraná informou que foi acionada nesta quarta-feira, mas, diante da repercussão do caso, iniciou a investigação e analisa as imagens da Casa. Procurada, a Assembleia Legislativa não tinha se posicionado até a publicação desta reportagem.
Neste ano, em duas ocasiões, Renato Freitas teve seu mandato cassado e restabelecido por liminar na Câmara Municipal de Curitiba. Ele sofreu um processo por quebra de decoro parlamentar após liderar a entrada na igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, no centro histórico da capital, durante ato contra o racismo, em fevereiro deste ano.
O caso gerou comoção nacional e foi comentada inclusive pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). À época, o chefe do Executivo pediu a investigação dos responsáveis, e a Arquidiocese de Curitiba registrou Boletim de Ocorrência contra o vereador.
Na Câmara, os representantes curitibanos acusavam Freitas de quebra de decoro parlamentar. Ao GLOBO, ele justificou o processo como perseguição política e racismo.
Fonte: Luísa Marzullo — Rio de Janeiro