fbpx

Menu

Site desenvolvido por Ligado na Net :

Vítimas do maior esquema de pirâmide da História receberão US$ 372 milhões em novos pagamentos

Esse será o 8º pagamento do Fundo de Vítimas de Madoff, do Departamento de Justiça dos EUA. Megainvestidor causou prejuízos de US$ 65 bi a cerca de 8 mil investidores em 2008

TOPO

Por Bloomberg — Nova York

As vítimas do maior esquema de pirâmide da história, liderado pelo ex-presidente da Nasdaq megainvestidor Bernard Madoff, em breve receberão outros US$ 372 milhões em pagamentos, elevando o valor total distribuído de um fundo do governo para mais de US$ 4 bilhões desde o colapso da empresa do fraudador em 2008.

O oitavo pagamento até agora do Fundo de Vítimas de Madoff, do Departamento de Justiça dos EUA, será destinado a cerca de 40 mil vítimas em todo o mundo e aumentará a recuperação total de todas as fontes de compensação para 88% das perdas, disse a Procuradoria dos EUA em Manhattan na quarta-feira em um comunicado.

O dinheiro foi levantado por meio de acordos do governo com o banco de Madoff, JPMorgan Chase, bem como com alguns de seus clientes mais antigos, como o investidor Jeffry Picower, que morreu em 2009, segundo o comunicado. Madoff morreu no ano passado na prisão, onde cumpria uma pena de 150 anos de prisão.

“Este escritório continua seu trabalho histórico em busca de justiça para as vítimas dos crimes hediondos de Madoff”, disse o procurador dos EUA em Manhattan, Damian Williams, no comunicado. “Mas nosso trabalho não está totalmente concluído, e o compromisso incansável deste Escritório de indenizar as vítimas que sofreram como resultado dos crimes de Madoff continua”.

O fundo dos EUA é separado do processo de reembolso que está sendo supervisionado por um administrador, Irving Picard, no tribunal federal de falências em Manhattan. Seu litígio contra clientes que lucraram com o golpe até agora recuperou mais de US$ 14,5 bilhões, a maioria dos quais já foi devolvido às vítimas.

150 anos de prisão

Bernard Madoff foi condenado em 2009 a 150 anos de prisão pela maior fraude da história de Wall Street, que causou prejuízos de US$ 65 bilhões a cerca de oito mil investidores. Na época, também foram condenados o principal assessor dele, Bernard Ebbers que pegou 25 anos de prisão, e John Rigas, condenado a 12 anos.

Madoff teve todos os seus bens confiscados, incluindo o apartamento de US$ 7 milhões em Manhattan, uma propriedade de US$ 11 milhões em Palm Beach, na Flórida, uma casa de US$ 4 milhões em Montauk, um elegante balneário em Nova York, e um iate de US$ 2,2 milhões, além de US$ 80 milhões em investimentos.

O juiz considerou o crime “estarrecedor”, produzido às custas de uma “gigantesca quebra de confiança”. A sentença foi aplaudida pela plateia do tribunal, que estava lotado de vítimas.

Prejuízo do século

Como o estelionatário Charles Ponzi, cujo golpe em 1920 lhe rendeu um lugar de destaque no mundo do crime, Madoff prometia gerar retornos impressionantes para seus clientes, quando na verdade estava pagando aos investidores existentes com dinheiro de novos. Ele nunca investiu um centavo do dinheiro confiado pelos clientes.

A diferença é que a fraude de Ponzi foi breve e durou um ano. Já a de Madoff permanceu por pelo menos 15 anos e atingiu um nível de respeito e aclamação entre os profissionais de finanças muito maior. Ele foi presidente do Nasdaq Stock Market em 1990, 1991 e 1993.

Seus milhares de clientes confiaram a ele mais de US$ 19 bilhões e foram levados a acreditar, por meio de declarações falsas e confirmações comerciais, que tinham quase US$ 65 bilhões em suas contas.

Com a promessa de entregar retornos estáveis por meio de mercados em alta e baixa, Madoff construiu uma reputação tão excelente que teve de recusar alguns investidores em potencial.

Na sua lista de clientes passaram nomes como Fred Wilpon, proprietário majoritário do New York Mets; o casal de atores Kevin Bacon e Kyra Sedgwick; Henry Kaufman, ex-economista-chefe da Salomon Brothers; duas das mulheres mais ricas da Europa, Alicia Koplowitz, da Espanha, e Lilliane Bettencourt, da França; além de fundações de caridade do diretor Steven Spielberg e do sobrevivente do Holocausto Elie Wiesel.

A queda

A fraude entrou em colapso em dezembro de 2008, quando os mercados de ações em queda fizeram com que os clientes buscassem mais saques do que ele poderia acomodar. Aos filhos, ele confessou que tudo não passava de uma farsa.

Madoff se declarou culpado, em março de 2009, de fraude, lavagem de dinheiro, perjúrio e roubo. No tribunal e em entrevistas posteriores na prisão, ele insistiu que dirigiu um negócio de investimento genuíno por muitos anos antes de se descobrir incapaz de manter os retornos generosos que seus clientes passaram a esperar.

Fonte: Bloomberg — Nova York

https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2022/09/vitimas-do-maior-esquema-de-piramide-da-historia-receberao-us-372-milhoes-em-novos-pagamentos.ghtml?utm_source=globo.com&utm_medium=oglobo