Análise: Palmeiras acerta ao preservar titulares, mas Paulistão mostra necessidade de ajustes
Verdão tem dificuldade para criar contra a Inter de Limeira mesmo com quatro atacantes em campo
Por Felipe Zito — São Paulo
28/02/2022 04h00 Atualizado há 4 horas
O anúncio da escalação do Palmeiras que empatou com a Inter de Limeira por 0 a 0, em Limeira, neste domingo, fez o torcedor especular como seria a formação. Não apenas pela maneira como divulga o time, em ordem numérica, mas principalmente pela quantidade de atacantes.
Com a decisão acertada de preservar os principais titulares, Abel Ferreira deu oportunidade para uma equipe com: Marcelo Lomba; Mayke, Kuscevic, Renan e Jorge; Zé Rafael e Patrick de Paula; Breno Lopes, Wesley, Rafael Navarro e Deyverson.
Em campo, uma linha de quatro defensores, com Zé Rafael e Patrick de Paula lado a lado no meio de campo. No ataque, Breno Lopes aberto pela direita, Wesley na esquerda e Deyverson e Rafael Navarro mais centralizados. Não deu certo, tanto que Marcelo Lomba foi o destaque em Limeira.
Mesmo que o jogo tenha sido de pouca importância para o clube, para a sequência na temporada ou até para o próprio Paulistão, o desempenho palmeirense em Limeira mostrou mais uma vez que seria importante para Abel Ferreira ter mais opções para o sistema ofensivo.
Rafael Navarro não teve um início empolgante e tem pecado nas principais decisões. Deyverson deve estar vivendo seus últimos meses com a camisa palmeirense. Contra a Inter, os dois também foram prejudicados pela ausência de um sistema de criação e precisaram por vezes aparecer no campo de defesa para compor a formação.
Dos titulares, Rony sempre foi uma improvisação como 9, com papel tático sempre elogiado nos bastidores da Academia, e Raphael Veiga tem aparecido mais avançado nos últimos jogos. Mas é necessário mais para o atual bicampeão da América.
O Campeonato Paulista tem sido conduzido de maneira tranquila pelo Verdão. O time é o único invicto e tem a melhor campanha geral mesmo com dois jogos a menos. Pode brigar pelo título mesmo sem um camisa 9 inquestionável e também pode vencer a Recopa na próxima quarta-feira, assim como venceu a Libertadores contra o poderoso Flamengo com as mesmas limitações de agora.
Só que a ausência de opções de qualidade no setor ofensivo fez falta no Mundial de Clubes da Fifa e vai fazer mais falta a longo prazo, principalmente em disputas avaliadas como prioridades, casos de Libertadores e Campeonato Brasileiro.
O protagonismo do Palmeiras nas últimas temporadas exige também uma qualificação do grupo e não apenas reposições.
Abel Ferreira já fez muito e continua fazendo, procurando alternativas para dar mais qualidade ao ataque. A sensação é de que o grupo terá mais equilíbrio quando a diretoria conseguir cumprir a principal exigência da comissão técnica. Falta um atacante, desde o início de 2021.