Bolsas europeias operam em queda após novas sanções à Rússia; petróleo salta 5%
Novas sanções contra a Rússia medida dificulta financiamento da guerra contra a Ucrânia e uso de reservas russas em moeda estrangeira. Após desvalorização recorde do rublo, banco central da Rússia elevou sua taxa de juros de 9,5% para 20%.
Por g1
28/02/2022 06h54 Atualizado há 3 minutos
As principais Bolsas da Europa iniciaram a semana em queda, com quedas expressivas das ações dos bancos, após as novas sanções impostas à Rússia pela invasão da Ucrânia, entre temores de disparada de preços da energia e aumento da inflação.
Por volta das 8h35, Frankfurt perdia 2,37%, Paris 3,08%, Londres 1,19% e Madri 1,34%.
Os preços do petróleo chegaram a saltar mais de 5% nesta segunda. Por volta das 8h30, o barril do tipo Brent era negociado em alta de 4,67%, s US$ 102,50, enquanto o WTI subia 4,45%, a U$S 95,67.
O rublo russo teve desvalorização recorde, chegando a cair até 119,50 por dólar nesta segunda-feira, uma queda acentuada de 30% em relação ao fechamento de sexta-feira. Para tentar estabilizar sua moeda, o banco central da Rússia elevou sua taxa de juros de 9,5% para 20% em uma medida de emergência, e as autoridades disseram às empresas focadas na exportação para estarem prontas para vender moeda estrangeira.
Em razão da turbulência dos mercados, o banco central da Rússia decidiu manter fechado nesta segunda-feira o mercado de ações no país.
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As bolsas asiáticas fecharam perto da estabilidade nesta segunda-feira. No Japão, o índice Nikkei teve leve alta de 0,19%. Na China, o CSI 300 Index subiu 0,18%.
No Brasil, o mercado financeiro só reabre na quarta-feira.
A ofensiva russa contra a Ucrânia, que resiste aos ataques, prossegue nesta segunda-feira, um dia depois da ameaça nuclear do presidente Vladimir Putin, a qual os países europeus responderam com a promessa de fornecer armas a Kiev.
Novas sanções em vigor
As sanções da União Europeia ao Banco Central russo entraram em vigor na madrugada desta segunda-feira (28). Todos os ativos do Banco Central russo na União Europeia deverão ser congelados para impedir o financiamento da guerra do presidente Vladimir Putin contra a Ucrânia.
As medidas punitivas da União Europeia combinadas com as dos seus parceiros do G7 fazem também com que cerca de metade das reservas financeiras do Banco Central da Rússia seja congelada, segundo afirmou o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell. A medida impede, por exemplo, que a Rússia consiga usar suas reservas em moeda estrangeira para tentar conter uma forte desvalorização rublo.
No sábado, Europa, Estados Unidos e Canadá concordam em retirar alguns bancos russos do Swift, sistema internacional de pagamentos. Segundo a União Europeia, quase 70% do setor bancário russo está afetado pelas sanções.
“As sanções aumentam o risco de insolvência dos grandes bancos russos”, disse Ipek Ozkardeskaya, analista da Swissquote.
A União Europeia anunciou também o fechamento do espaço aéreo para todos os aviões russos, inclusive jatos privados. E os países da União Europeia concordaram em enviar armas à Ucrânia para ajudá-la a se defender contra a invasão lançada pela Rússia.
Baque em bancos russos
As ações de vários bancos europeus foram afetadas nesta segunda-feira pelas novas medidas, especialmente pela decisão de excluir vários estabelecimentos bancários russos da plataforma Swift, crucial para as finanças internacionais.
O Banco Central Europeu (BCE) constatou a “quebra ou provável quebra” da filial europeia do banco russo Sberbank, um dos maiores do país, devido a retiradas “significativas” de depósitos em meio à crise na Ucrânia e a sanções ocidentais.
O Sberbank Europe AG, com sede na Áustria, e suas filiais na Croácia e na Eslovênia, “tiveram saídas de depósitos significativas como resultado do impacto das tensões geopolíticas”, explicou o organismo de supervisão bancária do BCE em um comunicado.
A entidade alertou que “no futuro próximo, é provável que o banco não possa pagar suas dívidas ou outros passivos à medida que vencerem”. As retiradas provocaram uma “deterioração de sua liquidez” e “não há medidas disponíveis com possibilidades realistas” de restabelecer o fluxo de caixa da instituição.