Análise: Vasco avança sem susto e consolida média de 19 finalizações por jogo no ano
Na vitória sobre o Trem-AP, que garantiu a classificação na Copa do Brasil, foram assustadoras 32 finalizações. Time de Maurício Barbieri cria a ritmo industrial, mas pode perder menos gols
Por Tébaro Schmidt — Rio de Janeiro
24/02/2023 05h00 Atualizado há 31 minutos
Com o perdão do trocadilho, mas o Vasco atropelou o Trem-AP na noite desta quinta-feira, no Estádio Mané Garrincha. A classificação para a próxima fase da Copa do Brasil se deu em ritmo de treino para o time de Maurício Barbieri, que fez o que se espera dele diante de um adversário de nível inferior, goleou por 4 a 0 e avançou sem sofrer absolutamente susto algum.
Foram assustadoras 32 finalizações no jogo inteiro, 13 delas na direção do gol – além do chute de Eguinaldo, no segundo tempo, que parou na trave. O Vasco tratou de impor seu ritmo desde o primeiro minuto e matou no ato qualquer chance da concepção de uma zebra, que, como sabemos, costuma dar as caras neste início de competição.
Com a pontaria ligeiramente mais afiada, era noite para goleada histórica em Brasília.
Nenê, do Vasco, comemora gol marcado contra o Trem — Foto: Daniel Ramalho / CRVG
O time de Barbieri provou, mais uma vez, sua capacidade de criar chances a ritmo industrial e consolidou uma média de 19,6 finalizações por jogo na temporada. Ao todo, são 177 finalizações nas nove partidas disputadas até aqui – oito no Campeonato Carioca e agora uma na Copa do Brasil. E vale a ressalva que, nas duas primeiras rodadas do estadual, com o elenco principal na Flórida, o Vasco foi a campo com um time alternativo.
Já dá para dizer que essa será uma característica do Vasco de Barbieri, em que se pese o nível da maioria dos adversários enfrentados até aqui (o Trem, atual campeão amapaense, havia disputado um único jogo no ano antes desta quinta). Contra Fluminense e Botafogo, rivais históricos que disputam a Série A, no entanto, o enredo foi parecido – daí é que se tira a conclusão.
Por outro lado, o Vasco precisa parar de perder tantas oportunidades. São 17 gols marcados na temporada, ou seja, um a cada 10 finalizações aproximadamente. Numa partida como essa contra o Trem, o nível de concentração e capricho tende a diminuir diante da inferioridade do adversário, é verdade. Mas chama muita atenção a quantidade de gols perdidos, sobretudo por Pedro Raul, que depois da vitória disse que se cobra bastante com relação a isso.
No Mané Garrincha, esses lances não fizeram falta no final das contas. Léo Jardim foi mero espectador do espetáculo e deixou o campo com uma defesa e nada mais. O Vasco anulou as raras investidas do Trem e dominou o jogo do início ao fim, com direito a 80% de posse de bola em determinado momento do primeiro tempo. Rodrigo, cada vez mais consolidado como primeiro volante titular, cumpriu bem a função de proteger a defesa e só não efetuou mais desarmes que o incansável Gabriel Pec: cinco contra seis.
Fonte: Tébaro Schmidt — Rio de Janeiro