Equador confirma favoritismo contra Catar em jogo de poucas finalizações
Confira análise do jogo de abertura da Copa do Mundo através do indicador de expectativa de gol (xG).
Por Bruno Imaizumi* — São Paulo
21/11/2022 Atualizado há 2 horas
O jogo de abertura da Copa do Mundo foi marcado por poucas finalizações e um gol de pênalti no início do primeiro tempo. Como mostramos na sexta-feira, o Equador foi considerado favorito com 47% de chances contra 24% de chances do Catar (e 29% de chances de empate).
O indicador de expectativa de gol (xG) ajuda a contar a história das partidas melhor que as demais estatísticas de finalizações, pois se entende que duas finalizações nem sempre fornecem o mesmo perigo para o adversário, como por exemplo uma feita do meio de campo e uma de dentro da pequena área sem goleiro. Por isso, cada finalização recebe um valor diferente, de acordo com suas características, mas levando principalmente em conta a distância e o ângulo de cada uma delas (veja metodologia no final do texto).
Catar (0,69) 0-2 (1,23) Equador
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— Foto: Bruno Imaizumi
O Equador finalizou apenas seis vezes durante toda a partida, produziu uma expectativa de gol de 1,23 xG e marcou dois gols. A finalização que gerou a maior expectativa de gol foi o pênalti convertido por Valência. O pênalti é o tipo de finalização que tem a maior probabilidade de ser convertido em gol. Para se ter uma noção, a cada 100 pênaltis cobrados, mais de 76 são convertidos. A equipe sul-americana finalizou outras duas vezes da grande área central e outras três de fora da área.
O jogo foi morno pois o Catar não conseguiu agredir a equipe adversária após ficar atrás do placar. Só conseguiu finalizar cinco vezes, sendo três de fora da área e duas de dentro da grande área e produziu o suficiente para marcar 0,69 gol. A melhor chance da equipe que sedia a Copa do Mundo foi com Almoez Ali já nos acréscimos do primeiro tempo, quando finalizou de cabeça cara a cara com o goleiro equatoriano.
Metodologia
O indicador de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG) é uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência mais de 90 mil finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico desde 2013.
As variáveis consideradas no modelo são: (1) a distância e o ângulo da finalização em relação ao gol; (2) se a finalização foi feita cara a cara com o goleiro; (3) se foi feita sem a presença do goleiro; (4) a parte do corpo utilizada para concluir; (5) se a finalização foi feita de primeira, ajeitada ou carregada; (6) a origem do lance (pênalti, escanteio, cruzamento, falta direta, roubada de bola, lateral etc); (7) se a assistência foi feita de dentro da área; (8) a posição em que o atleta joga; (9) indicadores de força do chute; (11) o tempo de jogo; (13) a altura do goleiro em jogadas originadas de bolas aéreas; (14) a diferença no placar no momento de cada finalização.
Como exemplo, a cada cem finalizações da meia-lua, apenas sete viram gol. Então, considerando somente a distância do chute, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce, por outro exemplo, se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada finalização de cada equipe recebe um valor e é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.
* Bruno Imaizumi é economista da equipe do Espião Estatístico
Fonte: Bruno Imaizumi* — São Paulo