Estratégias de pré-candidatos à Presidência têm ‘alvos’ definidos: conheça os de Lula, Bolsonaro, Moro, Ciro e Doria
Equipes dos presidenciáveis já definiram aqueles que têm maior potencial de lhes tirar votos na corrida pelo Planalto; avaliação leva em conta pesquisas e cenário políticoJulia Lindner, Jussara Soares, Camila Zarur e Bianca Gomes08/02/2022 – 03:30 / Atualizado em 08/02/2022 – 08:14
BRASÍLIA e SÃO PAULO — Com a pré-campanha antecipada e a largada já dada no início do ano eleitoral, os principais pré-candidatos à Presidência da República já começaram a definir seus alvos preferenciais, aqueles que têm maior potencial de lhes tirar votos na corrida pelo Planalto ou contra os quais seja mais vantajoso debater. A avaliação das campanhas leva em conta pesquisas encomendadas e o cenário político, e dá o tom dos embates públicos dos próximos meses. Principais antagonistas nos últimos anos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT) tem coincidido na estratégia de evitar brigas diretas com adversários que pontuam menos em intenção de votos. Já nomes da chamada terceira via, como Sergio Moro (Podemos), Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB), têm atirado para cima e para os lados na esperança de surpreender e chegar ao segundo turno.
Líder das pequisas até aqui, Lula mira a maioria de suas críticas no atual governo. Com frequência, evita personificá-las. O objetivo é fazer a comparação entre as duas gestões, a dele e a atual. Embora enxergue em Moro um adversário inevitável, já que o pré-candidato do Podemos foi o juiz responsável por suas condenações na Operação Lava-Jato, posteriormente anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Lula tenta não rivalizar com o ex-magistrado diretamente para não alavancá-lo. Quando o faz, lança mão de teses como dizer que ele agiu na Lava-Jato a serviço dos Estados Unidos para quebrar os principais setores industriais do país. Em outra frente, a campanha do PT ficou incomodada com alguns ataques feitos por Ciro Gomes ao partido, mas Lula evitou reagir. Aliados dizem que o petista ainda conserva respeito pelo adversário, que foi seu ministro. Outros alimentam esperança de que, diferentemente do que ocorreu em 2018 em relação a Fernando Haddad, Ciro apoie Lula num eventual segundo turno.
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Com base em pesquisas qualitativas feitas neste ano, o comitê de campanha de Bolsonaro, composto pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), definiu o PT como principal alvo. Até o ano passado, Bolsonaro acreditava que iria rivalizar com Moro, já que eles tendem a disputar o mesmo eleitorado. Após análises mais recentes, contudo, o presidente e seu grupo concluíram que é preciso focar no petista para construir a imagem de que o atual titular do Planalto é o único capaz de derrotar o ex-presidente no segundo turno. Moro é objeto de críticas pontuais do presidente, na maioria das vezes para rebater acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça. A estratégia de Bolsonaro, adotada tanto em discursos oficiais quanto nas redes sociais, também passa por ridicularizar a terceira via como uma alternativa viável na disputa. Ele também costuma expor aliados históricos de Lula que estiveram envolvidos em escândalos de corrupção ou enfrentaram forte rejeição popular.
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Entenda, em reportagem exclusiva para assinantes, as estratégias de Moro, Ciro e Doria, candidatos da terceira via, que têm protagonizado tiroteio mais intenso. Enquanto o pedetista mira adversários mais próximos, o ex-juiz prefere olhar para cima e o governador de São Paulo tem evitado embates.