fbpx

Menu

Site desenvolvido por Ligado na Net :

Líder do governo vê ‘provocação’ de Guedes em proposta para divulgar padrinhos políticos

Pedido do ministro da Economia à CGU gera mal-estar no Congresso. Parlamentares enxergam tentativa de interferência na relação do governo com o LegislativoJulia Lindner e Bruno Góes03/02/2022 – 03:30

BRASÍLIA — Líderes de Câmara e Senado ficaram incomodados com a possibilidade de a Controladora-Geral da União (CGU) mapear indicados políticos em cargos públicos com o intuito de expor as informações no portal da transparência. Eles se queixam, sobretudo, de a medida ter partido do ministro da Economia, Paulo Guedes, que vive protagonizando embates com o Congresso e não possui relação direta com o tema. Enxergam na iniciativa mais uma tentativa de interferência do ministro da Economia na relação do governo com o Legislativo.

Veja também:  Reabertura do Congresso testa apoio político de Bolsonaro em ano eleitoral

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), viu na medida uma provocação do ministro ao Congresso, mas também foi categórico ao dizer que a ideia é inviável.

— Não vai prosperar e, não prosperando, foi uma provocação desnecessária — disse Ricardo Barros.

O deputado acrescentou que não considera haver previsão legal para implantar esse tipo de controle sobre as indicações.

— Até poderia ser uma iniciativa do governo, mas não há apoiamento do governo. É uma coisa só do Paulo Guedes — acrescentou, reforçando que o ministro da Economia estaria isolado.

Parlamentares ironizam

Apesar da fala de Barros, na última sexta-feira a CGU informou que já está trabalhando na “operacionalização” da proposta feita por Guedes. A controladoria diz que a medida será incluída no plano anticorrupção. Mas não deu prazo para a implantação da proposta.

No Congresso, a iniciativa também não foi levada a sério nem mesmo pelos aliados do Palácio do Planalto. Em uma roda de conversa, o tema foi tratado como algo “fora do radar” e de forma irônica por parlamentares, que diziam que Guedes deveria se ocupar com a área econômica, em especial a crise dos combustíveis. “Cada um no seu quadrado”, disse um deles.

Outro parlamentar emendou que “o ministro deveria estar falando sobre controle da inflação, sobre política de preços dos combustíveis, sobre a taxa de juros”.