Líder para o elenco e paz com a torcida: por que o Corinthians quer um técnico “medalhão”
Más experiências com treinadores jovens e pressão vinda das arquibancadas fazem a diretoria do Timão partir para a tentativa de contratar um comandante renomado
Por Ana Canhedo — São Paulo
04/02/2022 04h00 Atualizado há 5 horas
O Corinthians espera contratar um técnico experiente, com currículo robusto e “casca” para suportar a pressão imposta pelo cargo. Dentro desse cenário, o nome de Jorge Jesus desponta como o favorito, embora o negócio ainda não tenha avançado.
O desejo da diretoria tem explicação no histórico recente. Muitos nomes passaram nos últimos anos e nenhum teve o sucesso esperado. Praticamente todos com um perfil de certa forma parecido. Nomes pouco experientes ou fora do quadro dos “medalhões” acabaram não dando certo.
Osmar Loss, Jair Ventura e Dyego Coelho são alguns dos exemplos de fracasso recente na opção para o comando técnico. Coelho não chegou a ser efetivado em sua segunda passagem, mas teve sete jogos para mostrar serviço e não convenceu.
Tiago Nunes, embora jovem, chegou como uma aposta, mas com títulos no currículo. O projeto também não deu certo, muito pela falta de tato do técnico com a gestão do dia a dia no clube. Vagner Mancini, um pouco mais cascudo, também sucumbiu.
Por fim, a gota d’água veio com Sylvinho. Chamado de “estagiário” pela torcida, foi alvo de críticas constantes durante sua passagem de nove meses.
Chegou a ser desrespeitado até por ídolos como Marcelinho Carioca, ao ser questionado pelas roupas que usava, virou chacota pelo estudos concluídos na Europa e se segurava apenas por apoio interno. Teve, do começo ao fim, ótima relação com o elenco, e uma enorme rejeição externa.
As críticas cresceram mês a mês em 2021, mas a diretoria optou por bancá-lo para 2022. Cenário que mudou nos primeiros jogos do ano. A pressão aumentou com o desempenho ruim e ficou insustentável na última quarta-feira.
Vaiado pela torcida antes, durante e depois da derrota para o Santos, na Neo Química Arena, na última quarta-feira, Sylvinho já sabia que o até então apoio irrestrito da diretoria já não era mais o mesmo. O nome de Jorge Jesus, oferecido aos dirigentes no começo do ano, já ecoava na cabeça de todos.