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Putin reconhece independência de repúblicas separatistas no Leste da Ucrânia e ordena envio de ‘missão de paz’ à região

Em discurso transmitido pela TV, presidente russo diz que país vizinho foi criado pela Rússia soviética e anuncia decisão, que põe fim a acordos mediados por europeusAndré Duchiade e Filipe Barini21/02/2022 – 12:33 / Atualizado em 21/02/2022 – 21:56

Em pronunciamento de cerca de uma hora transmitido nacionalmente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta segunda-feira que vai reconhecer a independência das autoproclamadas repúblicas de Luhansk e Donetsk, no Leste da Ucrânia, onde separatistas pró-Moscou controlam boa parte do território desde 2014 e travam uma guerra que deixou cerca de 15 mil mortos.

Pouco depois, em decreto, Putin determinou o envio de uma “missão de paz” aos dois territórios. De acordo com a agência RIA, o presidente instrui as Forças Armadas da Rússia a “garantir a paz” nas regiões controladas pelos separatistas. Não foram divulgados detalhes sobre como ocorrerá essa operação, que equivale na prática a uma invasão do território do país vizinho.

Segundo um repórter da Reuters, colunas de veículos militares sem insígnias visíveis, incluindo ao menos sete tanques, foram vistos na madrugada desta terça-feira (noite de segunda em Brasília) nos arredores de Donetsk, a capital de uma das repúblicas.

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A decisão de reconhecer as duas repúblicas separatistas foi anunciada por Putin em um discurso marcado por referências históricas e ataques ao governo ucraniano e ao Ocidente, depois de uma reunião não programada e também televisionada do seu Conselho de Segurança Nacional. Na reunião, os outros 12 integrantes do Conselho defenderam o reconhecimento da independência.

— Creio ser necessário tomar uma decisão que deveria ter sido tomada há muito tempo: reconhecer, imediatamente, a independência e a soberania da República Popular de Donetsk e da Republica Popular de Luhansk — afirmou Putin.

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O decreto de reconhecimento e de estabelecimento de cooperação com as duas regiões, firmado por Putin após o discurso, atende a um pedido das lideranças separatistas — respaldado pela Duma, a Câmara Baixa do Parlamento russo—, que apontam violação de acordos internacionais e afirmam que a população da área é alvo de ataques das forças ucranianas. Kiev, porém, nega as acusações.

No pronunciamento, Putin apontou que a Ucrânia é uma “parte integral” da História russa, afirmando que a “Ucrânia moderna” foi criada pela União Soviética, um processo que, em sua opinião, foi “um erro” e que prejudicou a Rússia.

— Como resultado da política bolchevique, a Ucrânia soviética surgiu, e hoje há uma boa razão para que seja chamada de “Ucrânia de Vladimir Ilyich Lenin”. Ele é seu autor e arquiteto — afirmou Putin.

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Para ele, as autoridades ucranianas foram “contaminadas pelo vírus do nacionalismo e da corrupção” e passaram a ser comandadas por forças estrangeiras, em especial depois do chamado Euromaidan, a revolta popular que pôs fim, em 2014, ao governo de Viktor Yanukovich, aliado do Kremlin.

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O movimento também serviu de pretexto para o conflito no Leste ucraniano, com o apoio de Moscou aos separatistas, e está relacionado à anexação da Península da Crimeia, que havia sido cedida à Ucrânia na era soviética, naquele mesmo ano.