Santander questiona na Justiça até endereço da Americanas: ‘Prove que sede é no Rio’
Por Rennan Setti
25/01/2023 06h00 Atualizado há uma hora
No seu pedido para que a Justiça anule a recuperação judicial da Americanas, um argumento do Santander chamou atenção: até o endereço apresentado pela varejista não corresponderia à realidade, na visão do banco.
“Tudo indica que o Rio de Janeiro não é atualmente o local de seu principal estabelecimento, seja porque concentra suas atividades em São Paulo, onde também foram celebrados praticamente todos os contratos juntados aos autos”, escreveram os advogados do banco em um recurso, acrescentando que não há “nenhuma comprovação de que o Rio de Janeiro seria o seu estabelecimento principal.”
- Lista de credores: Americanas fecha lista, que inclui de banco a fabricante de chocolate e até a Ambev
- Rombo de R$ 20 bi: Como ninguém viu o rombo na Americanas? Entenda
O processo de recuperação judicial da Americanas tramita na Justiça do Rio, daí o questionamento.
“O fato de a origem histórica do Grupo Americanas ser no Rio de Janeiro não faz desse o local eterno de seu principal estabelecimento. Como é cediço, o principal estabelecimento da empresa corresponde àquele de onde emanam suas principais decisões estratégicas, financeiras e operacionais, de modo que o processamento da recuperação judicial deve, sempre, se dar no foro em que o devedor centraliza a direção geral dos seus negócios, conforme entende pacificamente jurisprudência dos Tribunais”, argumentaram.
Os escritórios Gustavo Tepedino Advogados e Fux Advogados chegaram a enviar um fotógrafo para mostrar a combalida sede oficial da Americanas na Rua Sacadura Cabral, no bairro carioca da Saúde.
- Crise da Americanas: Varejista tenta permanecer no bilionário mercado de lojas de conveniência, após Vibra anunciar fim da parceria
De fato, o endereço é inusual para uma companhia do tamanho da varejista, mas a Americanas já estava sediada naquela região quando Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles assumiram o seu comando em 1982, como conta o livro “Sonho Grande”.
“É imperiosa, portanto, a reforma das decisões agravadas para que, ao menos, o Grupo Americanas apresente a comprovação de que a Comarca da Capital do Rio de Janeiro é seu principal estabelecimento”, pedem os advogados.
Fonte: Rennan Setti