Análise: Vasco apresenta poucas ideias enquanto busca entrosamento
Contra o Volta Redonda, apenas no segundo jogo com o elenco principal, equipe de Maurício Barbieri exagera nas bolas alçadas na área e depende dos zagueiros para criar
Por Tébaro Schmidt — Rio de Janeiro
31/01/2023 04h00 Atualizado há 4 horas
Comum a qualquer equipe montada quase que do zero, apenas em sua segunda partida oficial na temporada, falta ao Vasco entrosamento. Mas na derrota por 2 a 1 para o Volta Redonda nesta segunda-feira, enquanto busca dar liga a essa equipe, poucas ideias foram apresentadas.
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Diante de uma equipe moderadamente organizada, que adotou como estratégia a obstrução do meio do campo, o Vasco teve imensa dificuldade criar na partida realizada no Estádio Kleber Andrade, em Cariacica. A dupla de volantes formada por Jair e Zé Gabriel ainda está se conhecendo, e a atuação de Alex Teixeira reforça a necessidade de buscar no mercado um meia armador para fazer as vezes de Nenê.
A missão que se segue a jogos assim, de início de temporada e com muitos mais erros do que acertos, é identificar o que pode se tirar de bom da atuação. No caso do Vasco, provavelmente o único ponto de merecido destaque tenha sido a capacidade demonstrada pelos zagueiros de carregar a bola e desengarrafar a criação – um pedido de Barbieri e, acima de tudo, um pré-requisito de suas contratações.
Léo, o melhor em campo nesse sentido, foi de longe o jogador do Vasco que mais tentou passes (68) e o que mais acertou (60). Seus companheiros de meio de campo, de quem se espera sempre muita participação, ficaram bem atrás: Zé Gabriel tentou 36 e acertou 32; Jair tentou 53 e acertou 45; e Alex Teixeira tentou 19 e acertou 18.
O gol do Vasco nasce dos pés do zagueiro, que intercepta um lançamento no meio de campo e carrega até a entrada da área, onde entrega para Gabriel Pec – mais uma boa atuação do atacante, coroado com bonito gol de fora da área que, sabendo do seu esforço para melhorar as finalizações, pode ser enxergado como um traço da evolução que há tanto tempo lhe é cobrada.
Miranda, que entrou no lugar do machucado Robson Bambu antes do intervalo, também deu sua contribuição criativa ao iniciar a jogada que terminou com o pênalti em cima de Pedro Raul – e que o próprio camisa 9, louco para fazer o primeiro com a camisa do Vasco, cobrou nas mãos do goleiro. No primeiro tempo, a melhor chance foi um desvio contra da defesa do Volta Redonda em cruzamento de Pumita pela esquerda, por exemplo.
Quando os zagueiros não conseguiam quebras essas linhas, o Vasco apostou suas fichas em cruzamentos – especialmente no segundo tempo, quando levantou 31 bolas na área. Nenhuma delas encontrou Pedro Raul, centroavante de 1,92m, em boas condições para cabecear. Partida muito ruim de Pumita. Do outro lado, Lucas Piton apareceu menos em comparação com a vitória sobre a Portuguesa, mas ao menos não comprometeu.
Fonte: Tébaro Schmidt — Rio de Janeiro