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Nasa confirma viagem de astronauta americano em nave russa apesar de tensão por guerra na Ucrânia

Agência dos EUA informou que vai manter estreita relação de trabalho com a RocosmosÉpoca e agências internacionais15/03/2022 – 07:57 / Atualizado em 15/03/2022 – 08:35

WASHINGTON — A Nasa confirmou nesta segunda-feira que vai continuar uma estreita relação de trabalho com a agência espacial russa, Rocosmos, na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) apesar da tensão entre Estados e Unidos e Rússia por conta da guerra na Ucrânia. Os EUA pretendem manter as ações já planejadas em parceria com o país europeu, como o retorno à Terra do astronauta Mark Vande Hei em uma nave russa no fim do mês.

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— Posso dizer com certeza que Mark está voltando para casa naquela Soyuz. Estamos em comunicação com nossos colegas russos. Não há confusão nisso. Os três membros da tripulação estão voltando para casa — disse em entrevista coletiva Joel Montalbano, gerente do programa ISS da Nasa.

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Vande Hei partiu para a ISS em abril de 2021 ao lado dos russos Oleg Novitskiy and Pyotr Dubrov e deve voltar em 30 de março a bordo da espaçonave russa Soyuz, que vai pousar no Cazaquistão. Ainda não há confirmação se haverá mudanças nos planos de levar o astronauta de volta aos Estados Unidos. Ele viajaria em um jato Gulfstream, como de costume.

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Ameaças

Na semana passada, Dmitri Rogozin, chefe da agência espacial russa, fez uma série de ameaças contra a ISS após o presidente americano, Joe Biden, anunciar sanções contra o seu país por conta da invasão militar. Ele disse que o posicionamento poderia “destruir” a cooperação entre os dois países e que a plataforma de pesquisas se precipitaria em direção à Terra.

“Se você bloquear a cooperação conosco, quem salvará a ISS de cair incontrolavelmente fora de órbita e entrar em território americano ou europeu?”, escreveu Rogozin no Twitter, observando que a estação não sobrevoa grande parte da Rússia.

Cooperação

A cooperação entre os EUA e a Rússia no espaço remonta ao auge da Guerra Fria, e já passou por diversas reviravoltas. Depois que os americanos enviaram os primeiros homens à Lua, em 1969, o então presidente, Richard Nixon, procurou oportunidades para tornar o trabalho mais cooperativo e convidou aliados para participar do programa de ônibus espaciais.

— Paralelamente, ele e Henry Kissinger decidiram usar uma possível missão conjunta EUA-União Soviética como símbolo de distensão — explicou à AFP John Logsdon, analista espacial da Universidade George Washington.

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Isso levou à histórica missão Apollo-Soyuz de 1975, quando as espaçonaves americanas e russas atracaram pela primeira vez em um evento televisionado globalmente.

A parceria deveria se expandir ainda mais, com possíveis missões de ônibus espaciais para uma das primeiras estações espaciais russas, mas o presidente Jimmy Carter rejeitou esses planos após a invasão soviética do Afeganistão, em 1979.

Foi somente após o colapso da União Soviética, em 1991, que as autoridades russas abordaram o governo Bill Clinton com a ideia de uma fusão no projeto, abrindo caminho para o lançamento do primeiro módulo da ISS em 1998.

A ISS enfrentou tempestades geopolíticas no passado, principalmente a invasão da Crimeia pela Rússia, em 2014, mas as tensões atuais, que Logsdon diz serem as mais graves desde a crise dos mísseis cubanos, podem marcar o começo do fim da cooperação.

O observador espacial Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica Harvard— Smithsonian, afirma que os EUA estão atualmente desenvolvendo capacidade de propulsão usando as sondas de carga útil Cygnus, da Northrop Grumman.

A Nasa atualmente quer que a estação esteja em órbita até 2030, enquanto a Rússia não se comprometeu além de 2024.

— Acho que, a menos que a situação atual seja resolvida rapidamente, isso pode afetar o desejo da Rússia de permanecer envolvido ou o desejo dos EUA de permanecer envolvido — diz Logsdon.