Portugal: número de brasileiros que pedem para voltar perto do nível da pandemia
Dados apurados pelo blog junto ao programa de retorno voluntário da Organização Internacional para as Imigrações indicam que pedidos e embarques já superam os de 2021
Por Gian Amato
16/11/2022 01h01 Atualizado há 4 horas
No momento em que milhares de candidatos se preparam para pedir visto e procurar trabalho de forma regular, centenas de brasileiros desistem do sonho de morar em Portugal.
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Dados apurados pelo Portugal Giro junto ao programa de retorno voluntário Árvore, da Organização Internacional para as Imigrações (OIM), mostram aumento nos pedidos de ajuda.
De janeiro a setembro, 541 brasileiros residentes em Portugal pediram suporte econômico para voltar ao Brasil. E 202 foram apoiados com passagens aéreas e despesas de viagem.
Os números representam uma subida em relação a 2021, segundo ano com menos pedidos de socorro dos brasileiros: 190 requisições e 52 retornos, como mostrou o blog.
E se aproximam do cenário da pandemia de Covid-19 em 2020, quando a crise econômica estourou e fez com que 709 procurassem o programa Árvore, que repatriou 333 brasileiros.
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Número de pedidos e retornos mensais para o Brasil em 2022 — Foto: Portugal Giro
A inflação recorde, crise do aluguel e possíveis problemas com a documentação, que atrapalham candidaturas de emprego, são obstáculos intransponíveis para alguns. Principalmente para aqueles que desembarcaram sem planejamento adequado.
A comunidade brasileira é a maior entre os estrangeiros em Portugal e deverá ganhar um impulso significativo com o novo visto para residir legalmente no país para procurar trabalho. Ao todo, são cerca de 500 mil e, por isso, os números de pedidos e embarques de retorno podem ser considerados pequenos.
O projeto da OIM acolhe pedidos, estuda casos e apoia ou não o retorno voluntário. No caso dos brasileiros, ainda investe na reintegração e retomada profissional, como mostrou O GLOBO. A volta a Portugal é proibida durante três anos.
Retornos voluntários existem em Portugal desde 1997 e foram atualizados ao longo das décadas.
Atualmente, o programa é financiado pelo Fundo Asilo Migração e Integração (FAMI) e pelo governo português via Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
No entanto, parte da comunidade brasileira ainda desconhece o programa e recorre aos consulados ou à embaixada, que informam não ter recursos para a operação.
Quem precisar de ajuda, pode obter mais informações sobre retorno voluntário na página oficial do programa Árvore.
Fonte: Gian Amato